Por que alguns eunapolitanos não param de votar em corruptos? Alguns políticos de Eunápolis respondem a processos; são condenados e até prisão de corrupto já houve. Mas logo serão reeleitos, como ocorre há décadas. É como se parte dos eunapolitanos invejasse a vida de clãs políticos, nepotistas e burladores da Justiça.
Certas notícias despertam pouca atenção em Eunápolis, por fazerem parte da normalidade deste município há décadas. Muitos eunapolitanos se acostumaram a elas, no fundo não esperam mais outra coisa. Mas são notícias que em mim continuam despertando incompreensão e cólera.
Quando as conto aos meus conhecidos e familiares em alguns países, em geral me perguntam, cheios de perplexidade: "E essa gente ainda quer se candidatar? Eles não se envergonham por conta de tantas deunúncias vindo à luz? Aí eu sempre digo: "É pior ainda, porque essa gente é até eleita vez após vez. Parece que os eunapolitanos, de certa maneira, os admiram."
E enquanto isso, muiyos outros eunapolitanos se perguntam: por que nossa política nunca muda? Por que algumas famílias acumulam riquezas e bens inimagináveis, enquanto a maioria da população vive no limite da pobreza?
Assim se criam monstros. Muitos casos são emblemáticos em arrogância e menosprezo aos próprios aliados. Aqui muitos não entram para a política com a intenção de melhorar algo para a população, fazer algo pela educação, assistência social, proteção ambiental, segurança e saúde dos eunapolitanos, mas para usufruir pessoalmente dos privilégios que o disfuncional sistema político garante.
Na suíça onde mora meu filho Pedrinho (22 anos), por exemplo, os políticos eleitos são também chamados representantes do povo. No Brasil, eles são representantes de si mesmos e de seu clã. Os únicos que poderiam mudar esse sistema são os próprios políticos, e estes não vão mover uma palha para limitar os próprios privilégios. Eles vivem como pinto no lixo, desfrutam de restaurantes, hotéis e viagens caros, pagos pelo contribuinte.
Um ótimo exemplo no extremo sul baianos, são os clãs Pintos, Carlettos e Oliveiras. Perfeitos representantes do neofeudalismo, dos quais muitos estão sendo investigados por corrupção, e dos quais ninguém até hoje sabe o que é mesmo que fazem na vida, além de suas carreiras políticas. As trajetórias dessa gente mostram de forma exemplar como o poder deforma certos indivíduos - "Há uma fera em cada ser humano, quando se coloca uma espada na mão dele" - ressalta um adágio de autor desconhecido!
Decadência moral generalizada - Tenho suspeita de que no próximo pleito os eunapolitanos vão eleger Robério, o gangster da Quadrilha dos Fraternos, que furtou mais de 200 milhõe de reais dos cofres públicos municipais, embora a Justiça o esteja processando por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude e numerosos outros delitos. E é a própria Justiça que contribuiu, para a banalização da corrupção e do nepotismo.
Por isso acho que muitos se identificam com eles. Também gostariam de enriquecer à custa da coletividade e de burlar a Justiça. Como nenhum outro, o Robério contribuiu com seu nepotismo, sua corrupção e sua moral dupla para essa decadência moral generalizada.
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