Para Gabriel Delani, festa de São João deve voltar a ser do povo, com a Prefeitura patrocinando eventos de tradições das festas juninas nas ruas de todos os bairros e distritos da cidade
O empresário Gabriel Delani tem viralizado nas redes sociais, um vídeo onde ele suscita uma grande polêmica: os gastos astronômicos das prefeituras com as festas juninas e a "invasão" das sonoridades que não têm ligação com o São João, nem com a cultura nordestina.
Segundo Gabriel Delani, "a tradição das festas de São João nas cidades baianas está enfrentando um desafio significativo, com a invasão de ritmos diferentes durante os festejos juninos". Ele tem levantado questionamentos sobre a preservação da cultura regional e o impacto negativo que ela pode causar nas festividades.
Com um cachê de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), o valor pago ao artista Wesley Safadão supera o de qualquer outro renomado no cenário do Forró. Léo Santana, Dilsinho e Amado Batista, possuem cachês acima de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Esses altos cachês pagos a artistas que não fazem parte da tradição forrozeira têm sido contestados pela população.
Gabriel Delani ressalta, que em muitas das cidades que recebem esses shows, a infraestrutura é precária, com sistemas educacionais deficientes e dificuldades até mesmo no recolhimento do lixo, contrastando com os montantes astronômicos pagos para atrair essas “grandes atrações”.
Nos últimos anos, as festas de São João têm sido marcadas pela interferência de ritmos antes desconhecidos para o período, resultando da saída do forró autêntico e a entrada do chamado “forró plastificado”. Atualmente, o cantor Wesley Safadão é um dos principais representantes desse novo estilo. Embora a mudança de estilo e som agrade às massas, ela acaba descaracterizando a cultura regional, prejudicando a identidade das festividades juninas.
Além da substituição de gêneros musicais tradicionais, prefeitos e prefeitas estão buscando atrair artistas com grande apelo popular, mesmo que suas músicas não tenham qualquer relação com o período junino. Artistas de Axé Music, Arrocha, Pop Rock e Pagode têm ajustado seus repertórios e invadido a maior festa popular do Brasil, sem que medidas sejam tomadas para preservar a tradição do forró.
É possível que continuemos a testemunhar reclamações por parte da população nos próximos anos, diante dessa invasão de outros ritmos no São João. Prefeitos e Prefeitas ainda contratarão artistas sem nenhuma relação com o forró, a fim de atrair grandes multidões às praças públicas, com pessoas em busca de uma satisfação momentânea.
No entanto, é essencial discutir seriamente se devemos assistir em silêncio a essa invasão e destruição de um patrimônio nacional, como as festas de São João em cidades como Eunápolis. Certamente, o velho Luiz Gonzaga, grande ícone do forró, não ficaria nada satisfeito ao ver o que estão fazendo com essa tradição regional.
Destacar a preocupação com a preservação da tradição do forró nas festas de São João não é uma defesa de mercado, é mais para enfatizar a descaracterização cultural causada pela invasão de outros gêneros musicais. Além disso, ressaltar o impacto financeiro e social dessa mudança é para questionar mesmo o uso de altos cachês para atrações que não fazem parte da identidade junina.
Segundo Gabriel Delani, "É fundamental refletirmos sobre as consequências a longo prazo e buscarmos soluções que preservem o patrimônio cultural e musical da melhor e mais bonita e empolgante festa popular do país" - ressaltou Gabriel.
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