Pancadinha (Solidariedade) perdeu sua primeira eleição para Vereador. Quatro anos depois se elegeu com a maior votação entre os 21 parlamentares. Venceu e convenceu! Tanto que dois anos após foi eleito deputado estadual. E essa sua trajetória eleitoral parece não ter limites, pois o alvo atual é tornar-se sucessor do Prefeito Augusto Castro (PSD).
Depois da derrota de 2016, Pancadinha permaneceu atuando nas comunidades da periferia. Levando ações de embelazamento urbanístico, com pinturas artísticas e pavimentações acimentadas, em ruas nunca cuidadas por poíticos. E nunca parou de cantar e encantar a realidade do gueto; o drama da juventude pobre e negra, e tudo isto com seu jeito extrovertido, solícito e constantemente presencial.
Sob condição de vereador, começou seu mandato como aliado de Augusto, mas logo após se rebelou e passou a ser o único vereador de oposição a um governo, que desagradava o povo menosprezado dos bairros da periferia. E aí Pancadinha plantou sua semente ambiciosa de tentar alcançar nível superior do legislativo e o sonho de ser deputado estadual acabou sendo realizado.
A vaga na Assembléia Legislativa foi conquistada, supostamente, com mais da metade da votação oriunda da rejeição ao Prefeito Augusto Castro e ao fato de todos depois opositores terem se candidato ao cargo de deputado federal. Então Pancadinha surfou na onde do contra ponto do único concorrente no voto para deputado estadual: o desconhecido jovem Zé Alberto (PSB), que Augusto lançou no período de prorrogação do jogo.
Quem aprovava o governo de Augusto Castro, votou em Zé Alberto e quem o rejeitava só tinha Pancadinha a quem votar. Não deu outra: O cantor e Vereador Pancadinha foi eleito com 27.338, enquanto o advogado e ex-Secretário Zé Alberto, perdeu nas urnas e para a legislação eleitoral, com quase o dobro da votação do cantor: 41.798 votos.
Pancadinha ser eleito vereador foi contigencial; ser eleito deputado estadual foi circunstancial e realizar o sonho de ser prefeito, parece ser surreal. E por que? Porque para suceder o Prefeito, Pancadinha terá que superar Augusto Castro em sua condição de deputado estadual: Augusto foi deputado de oposição, mas teve mandato de bons resultados, com excelentes relações com os petistas e comunistas, além de captar muitos recursos com deputados federais de todas as vertentes ideológicas e partidárias.
Augusto é versátil, diplomático, autônomo e sempre teve trânsito livre em todos partidos e poderes públicos. Conseguiu muitas verbas e obras em seus dois mandatos na Assembléia Legislativa, participando intensamente do cotidiano dos itabunenses. E Pancadinha está equidistante deste perfil. Deverá se destacar apenas por alguns eventos festivos em Itabuna e por usar em Salvador, ternos carnavalescos (A la Falcão, o pop star do brega caricato).
Pancadinha terá que ser candidato a prefeito pelo nanico e inexpressivo Partido Solidariedade (SD); contar com renuncias de candidaturas de Enderson Guinho (UB) e Capitão Azevedo, e ter um deles como vice. E torcer para Chico França (PL) e Isaac Nery (Republicanos), não dividirem muito consigo, os votos de oposição à reeleição de Augusto Castro, que na medida em que tem sua rejeição decréscida, causará enormes estragos na perspectiva de aceitação ao Pancadinha.
Estes fatos me fazem acreditar, que a tarefa mais complicada para Pancadinha prosseguir em sua trajetória de vitórias eleitorais, estará em protagonizar com Augusto, a polarização de uma disputa restrita somente a eles dois. E esta é uma situação improvável!
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