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5 de maio de 2023

O QUE NÃO FALTA É BANDIDO DESEJANDO VOLTAR A SER PREFEITO

Quem já foi prefeito "cabeça de pitu" e mente do cão, fraterno com corrupção, não pode mais vencer eleição!

Em nossa república bananeira, a instituição da prefeitura é resultado de um processo histórico iniciado com criação das intendências, semelhantes em suas atribuições às atuais câmaras municipais. Seguindo a maré autoritária da nossa história política, a prefeitura foi posteriormente criada para centralizar poderes, permitindo um rigoroso controle das atividades executivas.

A esta característica autoritária soma-se a gangrena moral do mandonismo, do clientelismo e da corrupção deslavada. Assim, depois de décadas de extraordinárias transformações políticas, o exercício de poder dos prefeitos brasileiros não mudou muita coisa.

Alicerçados por uma estrutura partidária imoral e falida, ser um mandatário do executivo municipal, na maioria dos casos, representa uma cobiçada maneira de obtenção de ganhos financeiros e materiais. São comuns os milagrosos enriquecimentos patrimoniais de prefeitos. Maquiagens contábeis, subornos, estelionato e outros artifícios estão sempre disponíveis para garantir as farras milionárias.

Também são frequentes as pagas pelo financiamento de campanhas: muitos grupos políticos e/ou empresariais habituaram-se à malandra prática do “toma lá, da cá”, garantindo a obtenção do dinheiro fácil, à custa das receitas públicas. Esta prática apodrecida é sustentada também pelo alto nível de despolitização do eleitor.

De uma forma ou de outra, o voto ainda é mercantilizado na forma de dinheiro, de cargos e de favores. Culturalmente, cada vez mais aceita-se a teoria do “rouba, mas faz!”. Botar a mão no dinheiro público é uma coisa tolerada e justificada na mente do cidadão mediano!

Outra marca cultural do prefeito é o resquício coronelista do homem poderoso e de “bem”, quando o votante é atraído pela figura notável do “doutor” (em geral, médico ou advogado). Chega às raias da caricatura a quantidade de candidatos que se registram com o nobre nome de “doutor”, ou seja, explorando um status provinciano e absurdo.

Não posso deixar de citar também os grandes empresários e os líderes religiosos, estes últimos, muitas vezes, mercadores insaciáveis da fé. Mas no final, devido à nossa surrealista legislação e à ineficácia das instituições fiscalizadoras, os senhores dos grandes “esquemas” sempre triunfam.

De um jeito ou de outro, tudo se resolve com peripécias jurídicas e administrativas. E aí, o nosso valioso dinheirinho é sugado, em forma de tributos, garantindo o escandaloso enriquecimento dos nossos governantes.

O que fazer! Aí só resta a força do voto, a consciência e a organização popular: votar corretamente, entender criticamente os processos políticos e participar coletivamente da gestão e da fiscalização! Estes são os remédios... Difíceis, mas possíveis!

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