Ao longo do Novo Testamento, a figura de Jesus vai se modificando: temos primeiro o bebê que nasce na manjedoura, o menino que assombra os anciãos no templo. Depois, o pregador que arrebata multidões, o líder irado que verbera a injustiça - e, o taumaturgo que realiza curas milagrosas, restabelecendo a visão dos cegos, a fala dos mudos, a marcha dos aleijados; exorcizando demônios e devolvendo a vida a Lázaro.
O instrumento da cura é, na maioria das vezes, o toque das mãos; sempre, porém, fica claro que a fé é essencial. A fé continuava sendo essencial, e convivia com o caráter sobrenatural atribuído então ao poder real. Dois mil anos depois, a fé continua sendo o fundamento, pois ajuda aqueles que padecem de enfermidades e das agruras da vida e precisam enfrentá-las com o seu apoio...
Teólogos e cientistas sociais que se dedicam a acompanhar as redes sociais, todavia, admitem que em uma sociedade em midiatização, o religioso já não pode ser explicado nem entendido sem se levar em conta o papel das mídias. Na transformação cultural de hoje, as mídias organizam e impregnam o social, e passamos a viver em uma realidade sociocultural de permanente comunicação midiatizada.
As mídias não são meros meios de transmissão de informação, nem apenas extensões dos seres humanos, mas sim o ambiente no qual a vida social se move. Hoje, o transcendente se digitalizou. E, como o Moisés bíblico, as pessoas sobem a montanha digital porque veem uma área ardente em seu topo e buscam a presença de Deus na internet.
A religião acompanha a evolução da comunicação e “é por ela impelida a algo diferente do que tradicionalmente era”. Existe um novo ser humano e uma nova religião, e o que os homens de má fé têm feito com a boa-fé alheia, manipulando-a ao seu bel prazer, demonstra que os desafios são imensos para separar o joio do trigo.
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