Era uma noite após um dia de eleição e o rádio anunciava os nomes dos vereadores eleitos e reeleitos de Eunápolis. De repente um suspense: o anúncio falava de apenas 16 nomes. Todos estavam aguardando impaciente o anúncio do décimo sétimo eleito.
Passado algum tempo, o último vereador eleito finalmente foi anunciado: Zé Carlos Taxista. Mas quando um grupo Fraterno com o que há de pior na política da cidade, viu quem era o décimo sétimo vereador eleito, ele não ficou muito satisfeito e exclamou:
- Esse vereador é muito diferente, muito feio. Não podia ter sido eleito!
O tempo foi passando e para seus desafetos, o vereador Zé Carlos feio foi ficando cada vez mais feio, cada vez mais diferente dos demais vereadores e cada vez mais sem papas na língua. Seus opositores zombavam dele e isto o deixava cada vez mais áspero e com língua afiada.
Então, quando o segundo biênio na Câmara chegou, o vereador Zé Carlos resolveu se apartar da maioria dos seus colegas de parlamento. Ele andou bastante e encontrou a Nova Fm, assim, resolveu entrar pensando que lá talvez alguém gostasse dele. Foi o que aconteceu. Havia um homem, daqueles de dá pé e mão aos amigos que o acolheu.
Tempos depois, o vereador Zé Carlos, caminhando pela cidade e depois de muito andar encontrou um lugar muito bonito, com um lago, perto de um Posto de Combustíveis. O dito cujo viu um cantinho aconchegante e foi até lá descansar. Nesse momento, algumas pessoas que estavam por perto, perceberam a chegada dele e elas ficaram encantadas e disseram:
Vejam, temos um visitante!
Nossa! E como é lindo!
O Vereador Zé Carlos não entendeu de quem as pessoas estavam falando, mas quando ele se aproximou do lago e viu seu reflexo na água, avistou um maravilhoso cisne. Então, ao olhar para o lado, ele se deu conta de que outros cisnes também moravam ali.
Dessa forma, o Vereador que era visto como um patinho feio, descobriu que na verdade, ele era um cisne. Desde então, ele passou a viver entre seus iguais e não ficou mais angustiado.
Essa estória a gente extraiu e readaptou do Conto escrito pelo dinamarquês Hans Christian Andersen em 1843, que foi transformado em filme da Disney em 1939.
A história nos fala sobre aceitação e pertencimento. O Vereador que er considerado um patinho feio, depois de ser muito humilhado e experimentar sentimentos de angústia, desamparo e baixa auto estima, consegue se dar conta de seu valor. Isso porque ele descobre que, na verdade, estava inserido em um ambiente que não era o seu por natureza, pois ele era um cisne.
Em alguma medida, a narrativa conta sobre emoções presentes no universo existencial. Muitas vezes, as pessoas sentem-se deslocadas entre os amigos e mesmo na própria família, ou grupo social a que está submetido. Tais emoções, se não tratadas, podem ser levadas para a vida inteira.
Então, essa nossa estória nos mostra uma busca interior em direção a um resgate e descoberta de nossa potência como seres humanos, assumindo toda a nossa "beleza" e auto-amor escondidos.
Essa nossa narrativa de um conto que explora também a questão do "diferente". Pois, o patinho, tanto quanto o Vereador Zé Carlos, não eram nem um pouco parecido com seus "irmão" (Colegas de Câmara), não se adequando e vivendo sempre "diferente"!. Mas, à medida que sai em busca de sua totalidade, ele se depara com sua força na diferença, afinal, todos nós somos diversos uns dos outros.
Vale lembrar que o pato é um animal "híbrido", que vive tanto na água quanto na terra, simbolizando assim o diálogo entre o mundo do consciente e do inconsciente e que a inserção do Vereador nessa nossa postagem, serve tão somente de despertar dos fatos em sua suposta similaridade!
Portanto, qualquer semelhança com a realidade entre o patinho feio e o Veredaor Zé Carlos, não terá sido mera coincidência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.