Itabuna, uma terra de extremos. Por um lado, tão bem definida nas palavras, em forma de história, do inesquecível sociólogo Selem Rachid Asmar, por outro, sofrendo com a falta de estrutura muito comum às cidades baianas. E entre a dor da violência diária e a alegria de dias intensos, avanço como fuxiqueiro que na imprensa anuncia a chegada do primeiro Rei Momo em todo reinado carnavalesco na Bahia.
Recordo quando, em minha adolescência, na semana que antecedia o período momesco, que desciam a ladeira do Beco do Fuxico até a Avenida do Cinquentenário a graciosidade e alegria, tanto dos blocos carnavalescos quanto do desfile de pais, mães e filhos e filhas de Santo de diversos terreiros da cidade. Assim vivi a festa da lavagem do Beco do Fuxico!
Parece que o espírito da cordialidade exorciza o mal e as anciedades e preocupações são preteridas pela alegria, que reina no transcurso desse tradicional e folcórico carnaval que antecede o carnaval antecipado de Itabuna. Mais de cinquenta mil pessoas participam da festa, com o objetivo único de se divertirem, evoluem na avenida quase sempre bebendo, e muito...
Tudo isso em clima de paz e harmonia, deixando ver a verdadeira face do povo itabunense e baiano: alegre, decente e honesto. Em minha concepção, a Lavagem do Beco do Fuxico que estará a acontecer no próximo final de semana, é uma peça de teatro que não exige ensaios, em cuja ribalta as pessoas cantam, riem e mais que nunca vivem intensa e pacificamente até quando as cortinas se fecham, com o último acorde dos instrumentos das orquestras, charangas e bandas que animam o ambiente.
Por este motivo transformou-se em um sucesso. A cada ano, venho verificando que quando me integro a Lavagem do Beco do Fuxico, vivo meu protagonismo de dançarino, ator, cantor, ao tempo em que só penso no que sinto: nada mais que pura alegria!
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