Passei mais de 20 anos como dirigente do Partido Verde e até cheguei a ser diretor jurídico do comando estadual da sigla na Bahia e em nenhum dia desse período o PV foi apêndice do PT. Mas existiam entre nós "verdinhos", que denominei de "melancias" (verdes por fora e melancia por dentro).
Na corrente dos melancias, estavam Juca Ferreira, Jair Gomes, Ary da Mata, Juliano Matos, Beth Wagner e outros tantos, que estavam no PV sob condição de serviçais do PT. Entre os "neutros" se contavam Edson Duarte, Marcel Moraes, Ivanilson Gomes e André Fraga. Mas ninguém mais que eu, era tão adversário do PT. Nem os advogados Roque Aras e Waldir Santos!
Coincidência, ou não, depois da minha saída do PV da Bahia, o partido passou a ser lacaio do PT. E no âmbito nacional, o PV se tornou tão petista quanto o estigma lulista de Mensalão e Petrolão!
No governo petista da Bahia, fracassou a especulação de que a sigla dirigiria a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e no governo nacional do PT, o PV sequer foi cogitado a integrar o primeiro escalão do presidente Lula. Os verdes estão fora do comando de qualquer um dos 37 ministérios.
O partido tem dirigentes com muita capacidade de assumir uma pasta atualmente e entre os nomes com inquestionável competência estão o do advogada Vera Motta, secretária de assuntos jurídicos da legenda e do seu próprio Presidente Nacional, José Luiz Penna.
Com a exclusão do PV do seu primeiro escalão, Lula perde a chance de ter o charme do PV na Esplanada e o olhar mundial para a questão da sustentabilidade, cuja dimensão internacional aumenta por meio da existência de diversos partidos verdes pelo mundo.
Enquanto o PV é tratado como infectocontagioso pelos petistas, Lula se enche de ministros do PSD, União Brasil e MDB. O PV tem seis deputados federais eleitos em 2023, assim como o PCdoB, e os comunistas ganharam um ministério, através de Luciana Santos, presidente da sigla e futura Ministra de Ciência e Tecnologia.
O PV achava que podería ter um espaço no governo petista para trabalhar questões culturais e ambientais e este fato já faz o PV discutir não aderir à base de Lula no Congresso, diante do que tem avaliado como desprestígio.
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