Uma pessoa negra foi morta pela polícia na Bahia a cada 24h, em 2021, segundo o boletim "Pele alvo: a cor que a polícia apaga", divulgado, nesta quinta-feira (17), pela Rede de Observatórios da Segurança. Segundo o boletim, foram registradas 1.013 mortes por intervenção policial, sendo que 603 vítimas eram pessoas negras.
No relatório
anterior, publicado em dezembro do ano passado e com dados de 2020, a Rede de
Observatórios sinalizava que 787 pessoas tinham sido mortas pela polícia,
aumento de 28,72%. O dado foi enviado pela Secretaria de Segurança Pública
(SSP-BA).
Contudo, o
Anuário de Segurança Pública deste ano revela que foram 1.138 mortes em 2020. Conforme
a rede, o Governo da Bahia informou que 352 casos de mortes cometidas por
policiais não estavam incluídos no banco de dados da secretaria. O motivo não
foi explicitado.
O grupo disse que entrou em contato com a SSP-BA para saber o motivo da discrepância entre os dados, mas também não foi respondido. Número de mortos pela polícia por raça/cor - Índice representa os dados referentes a 2021:
Pardas: 528
Pretas: 75
Brancas: 13
Fonte: Rede de Observatórios da
Segurança
O
estado é o mais letal do nordeste e o segundo do Brasil (atrás apenas do Rio de
Janeiro), e tem o maior percentual de pessoas negras mortas pela polícia quando
foram descartados os não informados (98%).
Em
Salvador, foram registradas 299 mortes por agentes do estado e uma dessas
pessoas não era negra.
Dos
dez bairros com os maiores índices no município, nove são majoritariamente
negros. O maior número de mortes é Castelo Branco, com 14 registros.
Salvador,
Feira de Santana e Camaçari são os municípios em que a polícia mais mata
pessoas negra.
Confira
lista dos 10 bairros com mais mortes por intervenção do Estado:
Castelo
Branco: 14 mortes;
IAPI: 12 mortes;
Fazenda Grande
do Retiro: 12 mortes;
São Marcos: 11
mortes;
Valéria: 10
mortes;
Alto do Cabrito:
9 mortes;
São Cristóvão: 9
mortes;
Sete de Abril: 9
mortes;
Mata Escura: 9
mortes;
Santa Cruz: 9
mortes.
Em nota, a
Secretaria da Segurança Pública informou que as operações policiais são
realizadas observando critérios como mancha criminal (número de ocorrências
policiais), ações de inteligência que identificam possíveis grupos criminosos e
também denúncias.
O órgão afirmou
que não existe qualquer tipo de direcionamento relacionado à raça ou condição
social.
A SSP informou ainda que ainda que os policiais são treinados para preservar vidas e que todos os casos de confrontos, principalmente aqueles com resultado morte, são rigorosamente apurados pelas Corregedorias. Por G1/Ba.
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