É necessário o eleitor saber que, quem rouba 200 milhões e paga 100 mil para não permanecer na prisão, não deve merecer o voto de quem é contra corrupção!
Uma das coisas mais difíceis é fazer política nos dias atuais. Antes, muitos se mobilizavam em torno de ideais. Do escombros e desilusões que ficaram pelo caminho pós-democratização, com a esquerda reavivando as velhas práticas fisiológicas dos coronéis do sertão e dos Adhemares de Barros da vida, restou um eleitorado majoritariamente interesseiro, invertebrado, viciado, corrupto e comprado.
Ninguém tem mais vergonha de sair pedindo as coisas. Antigamente, os candidatos fisiológicos davam óculos e dentaduras, pagavam consultas, compravam remédios e cesta básica. Hoje, além de tudo isso, pede-se claramente dinheiro vivo.
Os partidos nem escondem mais que o jogo é para quem tem dinheiro. O financiamento público de campanha é uma farsa, porquanto as legendas vão usá-lo da forma que melhor lhes aprouver.
Nem os movimentos sociais escapam. Criaram institutos e movimentos de tudo quanto é tipo, mas sem condições de se sustentar sozinhos. E haja pedidos. Muita gente quer aparecer, mas sempre às custas dos outros.
Uma entidade cujos sócios não contribuem nem deveria existir. Igrejas e terreiros bem frequentados deveriam, pelo menos, arrecadar os valores mínimos para pagar suas contas de água e luz, mas ocorre que convidam o candidato para levar sua mensagem e já lhe apresentam, em seguida, um calhamaço de recibos em atraso há mais de ano, sem que os fiéis tivessem a generosidade de contribuir com o mínimo para a obra.
Cabos eleitorais profissionais batem cabeça pelas ruas de Eunápolis, cada um vendendo dificuldade para colher facilidade. São lideranças importantes, segundo eles, que reúnem centenas à sua volta, mas a maioria não tem sequer o apoio do família.
No fim, todos se juntam para falar mal dos políticos, porque macaco nunca olha para o próprio rabo.
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