Muitas pessoas dizem que votam num determinado político, reconhecidamente corrupto, porque ele "é ladrão, mas é quem trabalha para o povo"! E assim os bandidos do colarinho branco ficam ricos, empobrecendo a prefeitura e a própria população. Esta prática apodrecida é sustentada pelo alto nível de despolitização do eleitor.
De uma forma ou de outra, o voto ainda é mercantilizado na forma de dinheiro, de cargos e de favores. Culturalmente, cada vez mais aceita-se a teoria do “rouba, mas faz!”. Botar a mão no dinheiro público é uma coisa tolerada e justificada na mente do cidadão mediano!
Outra marca cultural do político corrupto é o resquício coronelista do homem poderoso e de “bem”, quando o votante é atraído pela figura notável do “doutor” (em geral, médico ou advogado). Chega às raias da caricatura a quantidade de candidatos que se registram com o nobre nome de “doutor”, ou seja, explorando um status provinciano e absurdo.
Não posso deixar de citar também os grandes empresários e os líderes religiosos, estes últimos, muitas vezes, mercadores insaciáveis da fé. Mas no final, devido à nossa surrealista legislação e à ineficácia das instituições fiscalizadoras, os senhores dos grandes “esquemas” sempre triunfam.
De um jeito ou de outro, tudo se resolve com peripécias jurídicas e administrativas. E aí, o nosso valioso dinheirinho é sugado, em forma de tributos, garantindo o escandaloso enriquecimento dos nossos governantes. O que fazer! Aí só resta a força do voto, a consciência e a organização popular: votar corretamente, entender criticamente os processos políticos e participar coletivamente da gestão e da fiscalização!
Estes são os remédios... Difíceis, mas possíveis!
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