Cadeia regenera alguém? Difícil. Com essa pergunta simples, seguida da resposta ainda menos complicada, podemos tecer várias linhas de raciocínio. Um menor de 16 anos tem uma capacidade inferior de compreensão se comparado com um jovem de 18? Não. Porém, a discussão em torno deste tema não pode ser tão rasa.
São mais de 85%
os brasileiros que concordam com a redução da maioridade penal, de acordo com
pesquisas de opinião pública. O motivo que leva essas pessoas a defender a
redução é a criminalidade e o constante uso de menores para assumir a culpa de
delitos. A verdade é: está tudo mais que errado. Esses jovens que cometem
crimes, infelizmente, estão perdidos. O caminho deles deve ser discutido da mesma
forma como dos outros membros da população carcerária do Brasil. Não há como
suavizar a questão.
A inocência está
perdida – há tempos. Mas – e sempre tem um mas – a grande discussão de toda a
sociedade brasileira deveria ser: o que podemos fazer para que os jovens não
cheguem a cometer crimes? As propostas que deveriam ser elaboradas e pensadas
deveriam ser aquelas que afastam as crianças e adolescentes do caminho errado.
E neste país, infelizmente, as mentes que o comandam não estão interessadas em
– de fato – melhorar a vida da população.
Então, cria-se
um debate completamente errado para desviar o foco do povo diante do real e
mais profundo problema da nossa sociedade: a falta de comprometimento com a
Educação. Porque tudo – absolutamente tudo – o que está errado neste país se
resolveria com uma população mais instruída. Da criminalidade ao gosto musical,
por exemplo.
Tudo ficaria menos pesado se as pessoas tivessem acesso a professores motivados e pais engajados na tarefa de cuidar e amparar seus filhos. Porque sim, Educação não é só escola. Educação é berço, amor e comprometimento. Se reduzir a maioridade penal resolve o problema da violência? É claro que não. O que resolve a violência é um investimento pesado em ensino e qualidade de vida para a população sofrida – muito além de assistencialismo simplório e escravizador. Mas quem está interessado nisso, não é mesmo?
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