Há na Bahia mais de 2 milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever, razão pela qual deve ser oportuna a discussão sobre esse problema, que emperra o desenvolvimento humano.
O analfabetismo deve preocupar as autoridades baianas, pois nosso Estado é marcado por disparidades, constatadas em índices sociais que deveriam envergonhar qualquer governante, a taxa de pessoas iletradas alcança 17,1% da população, conforme última aferição do IBGE.
No quesito alfabetização, a nota do governo da Bahia é vermelha, pois a posição em relação ao Brasil é de “vexame”. No Nordeste, até Estados pobres, como Piauí e Maranhão, estão com melhor desempenho. Portanto, não há “maquiagem” publicitária que amenize o prejuízo imposto aos baianos pelo descompromisso oficial.
E a falta de comprometimento do governo Rui Costa (PT) com o ensino público se revelou no curso dos últimos 15 anos de gestões petistas e comunistas. Não é apenas reformando escolas e distribuindo cestas básicas para alunos, garantido após muita luta da classe política e dos profissionais do setor, que redime o governo de um histórico de omissão e ineficiência administrativa em relação ao setor educacional do Estado.
É lamentável o governo estadual não cuidar da alfabetização de considerável parcela de baianos e da educação que permanece estagnada, sem responder ao desafio imposto pela dura e excludente realidade social.
Se ainda há dúvida de que o governo da Bahia virou as costas para a alfabetização de jovens e adultos, ela se dissipa quando, em fim de gestão, não se anuncia um programa destinado a quem não sabe ler ou escrever. Isto porque o Estado não possui uma política institucionalizada de alfabetização.
Paulo Freire, patrono da educação brasileira, costumava dizer: “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. O que esperar de um governo que mantém turbinado seu setor de propaganda enganosa, em detrimento de uma ação governamental socialmente inclusiva e mais humana?
Não há seriedade em quem, com a caneta à mão há tanto tempo, desdenha do dispositivo constitucional, segundo o qual a educação é direito de todos e dever do Estado, e não uma burocrática letra morta da lei.
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