As fortes chuvas que caíram nos últimos dias na Bahia já deixaram 136 cidades em situação de emergência, o equivalente a 30% dos municípios do estado. A Defesa Civil havia contabilizado 60 mil pessoas desabrigados e há risco de novas enchentes. Ao todo, cerca de 500 mil baianos foram de algum modo afetados pelas chuvas. As prefeituras agora fazem apelo por medicamentos, comida, água e pelo auxílio de voluntários em apoio às vítimas de uma das maiores enchentes do século no estado.
Diante
de catástrofes como essa, é necessário que o poder público disponha de recursos
para atender rapidamente às necessidades urgentes da população e também o
trabalho de reconstrução. Ontem, após se reunir com parlamentares baianos, o
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que vai pautar, na volta
dos trabalhos legislativos, a proposta de criação de um fundo emergencial para
ser usado em situações de catástrofes naturais como a que vem acontecendo na
Bahia. Trata-se de uma proposta oportuna e necessária. É preciso que o
atendimento à população nesses casos seja mais rápido e sem burocracia.
A ideia de Lira
é que esse tipo de fundo poderia ser acessado em caso de desastres naturais,
eliminando a necessidade do uso de outras medidas, como a edição de créditos
extraordinários e que também agiliza o repasse dos recursos.
Muitas vezes,
existe o dinheiro, mas as exigências burocráticas acabam atrasando sua
aplicação. Não basta, entretanto, atuar depois que os desastres naturais
acontecem. Em muitos casos, as tragédias são evitáveis, mas é preciso investir
em ações preventivas.
Segundo os
gestores, um dos problemas é a burocracia que, no caso do dinheiro para
prevenção, é muito maior do que para receber a verba de resposta, que é
emergencial. Além disso, muitas vezes os projetos apresentados pelas
prefeituras não atendem a todas as exigências do governo federal, principalmente
em cidades pequenas.
Uma das razões é a falta de técnicos e profissionais capacitados. Portanto, é preciso alocar recursos, desburocratizar sua aplicação e oferecer apoio técnico aos municípios. Só assim muitas tragédias podem ser evitadas ou pelo menos ter seus efeitos minimizados.
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