O maior drama da pandemia da Covid-19 no Brasil, é o número absurdo de mais de 614 mil de mortes. Levando em consideração que cada uma das mortes causa intenso impacto emocional em cerca de 100 pessoas, são cerca de 61 milhões de pessoas severamente afetadas. O segundo efeito nefasto foi a crise econômica e o aumento da miséria, inclusive da desalentadora fome. O terceiro foi menos debatido e terá enormes efeitos a médio e longo prazos: a catástrofe na área cultural.
O desastre foi sobre todo o setor cultural, em especial o teatro e a
música. Atrás de cada nome fulgurante que possuía reservas para a crise, havia
uma multidão de nomes quase invisíveis, de iluminadores, cenógrafos, auxiliares
de produção, pessoal da bilheteria, divulgadores e tantos outros que viviam mês
a mês do que recebiam. De repente nada mais entrava... Não sabemos quando
sairemos da escassez. É difícil enxergar oásis nesse deserto.
Sabemos apenas que para atravessar a tormenta que teima em persistir,
anabolizada nas redes sociais pelas afrontas ao bom senso, pelos atentados à
ciência, pela insanidade da desinformação e das fake news e pela promoção do
ódio, necessitamos de cultura e artes para serenar os exaltados ânimos.
Precisaremos de artes e serenidade para saber o que fazer no novo momento. Que eles sobrevivam com muita saúde, força e tenacidade para continuar nos consolando e nos aproximando. A realidade é que as artes tem encantos pra abrandar o coração mais atormentado, angustiado e desarmonioso.
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