Nos últimos meses, os consumidores tem percebido no bolso um aumento generalizado de preços, principalmente de combustíveis e alimentos. Engana-se, porém, quem pensa que se trata de um problema enfrentado somente pelo Brasil. Segundo estudo do Fundo Monetário Internacional, a inflação é um problema global.
Quase
todos os países passaram a lidar com uma alta de preços mais intensa neste ano.
Com a retomada da economia, depois de superada a fase mais aguda da pandemia, os
preços de tudo subiram e se somaram ao desarranjo nas cadeias de produção – a
crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais.
Essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos em
todo o mundo.
O fato é que o
mundo está se recuperando mais rapidamente por causa dos estímulos fiscais
adotados pelas grandes economias, entretanto o efeito colateral desse
aquecimento rápido é uma busca muito grande por produtos, como petróleo e
alimentos, com consequente aumento dos preços.
No caso do Brasil,
porém, a situação parece mais grave. Os dados mostram que o patamar de inflação
por aqui supera – em muito – o visto na maior parte do exterior e traz de volta
o velho fantasma do descontrole de preços vividos pelo País nas décadas de 1980
e 1990.
Segundo
especialistas, o que agrava a situação do Brasil é a nossa moeda, que segue
desvalorizando mais do que a média das outras divisas. Apesar de estarmos
exportando cada vez mais, a entrada de dólares não está sendo suficiente para
fortalecer o real. O País também lida com uma forte alta dos preços da energia
elétrica por causa da escassez hídrica.
É preciso que a
equipe econômica dê respostas concretas para diminuir as incertezas nas áreas
fiscal e política e assim reverter esse quadro de desvalorização da moeda, que
terá efeitos em toda a cadeia produtiva.
A inflação penaliza principalmente os mais pobres, que já sofrem normalmente com a dificuldade de acesso aos itens básicos. Combatê-la deve ter prioridade absoluta.
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