A Justiça é justa? Essa pergunta é feita constantemente por aqueles que tem sede de justiça, mas que com ela se decepcionam frente a alguns julgamentos injustos e insatisfatórios que acabam por não atenuarem certas dores, prejuízos ou perdas.
É
certo que temos um código penal e de processo penal por demais ultrapassado,
obsoleto e algumas vezes ineficaz. Por mais que o direito venha se esforçando
para se manter atualizado diante dos episódios da sociedade, as normas, na
maioria das vezes, não conseguem acompanhar o ritmo.
Dentre a vastidão
de atitudes delituosas possíveis, certos enredos dão a impressão de que
cometê-las, ao final de tudo, vale a pena. Muitos crimes, principalmente
àqueles voltados à violação de um bem jurídico ligado ao financeiro, são
carentes de uma punição à altura, que sustente o temor do cometimento.
Temos exemplos
infindáveis, principalmente na política, de gestores, de pessoas a quem
atribuímos confiança eleitoral, que desviam milhões, quantias exorbitantes, mas
que, ao final de um processo (quando processados são), chegam à conclusão de
que o crime é compensador, que foi válido ter se apropriado indevida e
ilegalmente de quantias vultosas e de ter como pena a devolução de parte
daquilo tudo, uma vez que nunca se atinge numa investigação a totalidade dos
bens frutos de um crime dessa espécie.
Por
outro lado, há o emprego eficaz e às vezes desproporcional do caráter
preventivo e punitivo da lei em criminosos comuns, e falo comuns por fazer
menção aos delitos que qualquer um pode cometer. Aqui, temos o exemplo do que
rouba, furta, trafica, mata ou incorre em demais ilicitudes, e que tem o poder
estatal em cima para julgar e sentenciar na forma da lei.
É o outro lado da
moeda, a outra concepção que diverge do pensamento anterior e adentra ao
parecer de que, de fato e de direito, o crime é um pesadelo principalmente para
quem é vítima, mas que será também para o delinquente ante à pena e o meio de
cumpri-la.
Ao final de tudo, nunca teremos uma resposta que sirva para todos os casos criminais. Haverá sempre um “depende” para taxar se o crime compensa ou não.
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