Este dia 20 de novembro é dedicado à consciência negra, com tudo que representou a resistência organizada na serra da Barriga contra a escravatura e pela liberdade, vale refletir sobre identidade, exclusão e igualdade.
“Não
se pode entender a organização da família baiana sem as diferentes
manifestações da cultura africana em sua formação. É um legado tão vivo, tão
forte, que, apesar de regulado pela escravidão, perturbado por essa instituição
em seus valores básicos, ainda está presente em nossa maneira de ser, em nossas
expressões linguísticas e nas formas de comportamento.
A
luta de Zumbi não foi em vão e muita coisa mudou para melhor, desde a heroica
resistência de três séculos atrás. A nossa Constituição republicana trata da
dignidade humana, propugna por uma sociedade livre, justa e solidária, “sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação”
Resta
então fazer valer efetivamente as determinações constitucionais na vida real
das pessoas, que ainda não conquistaram a carta de alforria em pleno terceiro
milênio. Certamente Zumbi, Herói da Pátria, com nome gravado no Panteão da
República, ficaria envergonhado de saber que, na Bahia, o percentual de negros
inscritos no Enem é uma das menores na média registrada no Brasil.
Em relação às
disparidades e exclusão, a Bahia ocupa vergonhosa posição no Brasil, quando se
faz aferição da desigualdade entre negros e brancos no acesso ao ensino superior
e à distribuição de renda. Se esmiuçar o perfil de milhão de baianos que não
sabem ler ou escrever, encontraremos as vítimas de uma contínua e lamentável
inação de políticas públicas inclusivas, com destaque para os últimos anos de
gestão estadual.
Nessa multidão de excluídos, certamente está uma legião de jovens e adultos negros - marginalizados da cidadania e ansiosos para serem emancipados.
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