Não falta no Brasil quem afirme, categoricamente, que o eleitor tem a incrível capacidade de se esquecer em quem votou nas últimas eleições. Algumas pessoas até o classifica de "coitadinho", por ter limitações da memorização em não lembrar sobre os candidatos que escolheu para representa-lo na vida pública. Para mim, isso não passa de pura enganação por parte do eleitor.
Ele sabe muito bem
em quem votou, até porque, sabemos de que o ser humano tem a capacidade
memorável de reter fatos ou situações vivenciadas há muito tempo. Não é a toa
que muitos rotulam certas pessoas com "memória de elefante". Claro,
nada contra esse enorme mamífero paquiderme que se lembra por décadas dos
aromas e das vozes de indivíduos de outras rotas migratórias, de lugares
especiais e de habilidades apreendidas.
Eu acredito
piamente que o eleitor brasileiro lembra muito bem em quem votou, e só faz de
esquecido para não ser chamado também de vigarista. Porém, vigarista de
meia-tigela, e que caiu na lábia de outro vigarista maior, - o famoso conto do
vigário. Por isso que não se vê políticos/vigaristas sendo denunciados em
delegacia comum por eleitores trapaceados, pois, ao denunciar o político, o
eleitor confessaria a Justiça ser tão vigarista quanto aquele que o trapaceou.
Isto seria apenas uma mera confissão de culpa e ao mesmo tempo se expor como
ridículo e otário.
O político
vigarista se especializou na arte de enganar outras pessoas. Eles não medem as
consequências dos seus atos para obter a eleição, o Poder. De boa aparência e
transmitindo confiança, é esperto e tem a capacidade de assumir a tática e a
cor necessária do camaleão para lidar com a situação do momento. Tornam-se
charmosos e persuasivos. Mas, e o eleitor? Após este pegar R$ 10 ou R$ 20
reais, cestas básicas e depositar o voto na urna, quando se achava ser o
melhor, mais esperto, crendo estar fazendo um bom negócio, porém se vê ludibriado
e chupando dedo.
Grande parte dos
nossos políticos é a verdadeira personificação de embusteiros, trapaceiros,
velhacos, charlatões, golpistas e fraudadores. Acompanhado a isso, vem o
desinteresse, falta de entendimento e a própria cegueira política por parte do
eleitorado, que termina votando novamente nos mesmos vigaristas, desta vez,
claro, mais graduados na arte de enganar. Infelizmente é assim, pois até hoje
tem gente que adora endeusar bandidos e discorda das operações da Polícia
Federal contra políticos.
Para muitos, isso
não passa de perseguição pessoal ou partidária. Lembrar-se das pessoas é algo
simples, desde que acompanhemos atentamente o que elas estão fazendo. Com os
políticos não deve ser diferente. Errou! Passa não ser mais confiante do nosso
voto. Ano que vem tem eleições gerais e a urna é a melhor hora e oportunidade
para punirmos esses calhordas, os derrotando em suas tentativas de serem
reeleitos, ou elegerem seus parentes e aderentes. Contudo, infelizmente, a
maioria terá sucesso em sua trajetória de bandidos do colarinho branco.
Como num passe de
mágica ou no balançar de um pêndulo, grande parte do eleitorado será
hipnotizada. O que fazer então? O povo precisa de conhecimento para não ser
mais enganado. Precisa ler e entender o que está lendo. Precisa aprender a
lutar para si mesmo e depois lutar pelo coletivo. Parar de achar que sentar e
cruzar as pernas no final de semana debaixo de uma árvore para tomar umas e
outras e comer carne de terceira é o ápice da vida.
Como diria meu amigo Professor Max: "Coitados, verdadeiros escravos do sistema que lhes dá apenas a participação popular ao sufrágio a cada dois anos, e ainda não sabem tirar proveito." Resumindo: Expressar sua indignação nas eleições seguintes e amenizar o Brasil da corrupção é o mínimo que o eleitor deve fazer. Quanto ao problema da "memória do voto" não precisa de "m..." nenhuma de prescrição médica com Vitamina B12, mas sim educação política e caráter por parte do cínico eleitor.
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