Ele passa rápido, não volta, nem perdoa e pedimos sempre mais porque achamos que temos pouco. Ele é o tempo, o senhor dos destinos e um dos deuses mais lindos, cantarola Caetano Veloso. E ele é relativo, para termos a certeza, basta perguntar ao nadador que treina anos para baixar milésimos de segundos a sua marca e a uma mãe que espera ansiosa os nove meses pela chegada do seu primeiro filho.
A relatividade do
tempo é mesmo instigante, passa rápido demais para os apaixonados quando estão
juntos e segue a lentos passos quando separados, quase na mesma proporção do
amor. Os adolescentes dos anos 80 cantavam ao som da banda Legião Urbana, que
tinham todo tempo do mundo e, assim, a certeza se repete (desde sempre) na mentalidade
de quase todos os jovens que ainda não sentiram as vivências com o passar do
tempo. Se perguntarmos a um idoso (embora esse tenha tido a mesma percepção
quando jovem), sobre o tempo, o seu entendimento tanto subjetivo quanto
cronológico, estarão moldados pelas experiências vividas. E quase em uma
resposta aos jovens, é muito comum ouvirmos dos idosos: Já não tenho mais todo
o tempo do mundo...
Atualmente as
pessoas trabalham e funcionam em um ritmo frenético e acelerado, sempre
repetindo para si mesmas que não tem tempo e assim, obviamente, nunca terão. E
não estamos falando de diminuir o ritmo, mas de organizar prioridades. Da mesma
forma que não adianta estar presente sem estar fazendo-se presente, quando, por
exemplo, falamos de relacionamento, filhos, família, pois tempo é qualidade e
não, quantidade. Mas a queixa pelo tempo, como se ele fosse o antídoto a tudo,
é frequente na maioria das pessoas e, seguramente, mesmo com tempo, fariam da
mesma forma...
As inquietações,
os medos e a culpa dos tempos modernos, fazem com que as pessoas nunca vivam o
presente. Alguns futuristas atentam para o fato de que em meio ao mundo
digital, até o nosso tempo diário foi alterado na questão das 24 horas,
trazendo ansiedade e alterando a percepção do tempo. O fato é que o segredo do
tempo não está nas horas que passam, mas nos momentos que ficam.
Como diziam nossos pais e repetimos aos nossos filhos: tudo no seu tempo. Mas cá entre nós, com a vida, aprendemos que o tempo é hoje, o tempo é o agora. Depois o hoje será passado e o futuro ainda acontecerá e a nossa felicidade não merece esperar tanto tempo...
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