Vejo gente encostando
em gente. Gente beijando e abraçando gente. Gente se amontoando em bares,
boates e restaurantes e tudo isso como se não existisse gente doente e morrendo
de Covid-19.
Entendo que uma parte de vocês que me lê agora já está vivenciando a rua e suas possibilidades. Uma outra segue restrita somente ao necessário (e espero que essa seja a maioria). E há ainda a porção que vive o meio de caminho pandêmico, embora, por aqui, ainda não tenhamos chegado a esse ponto. O que não podemos negar é que nenhum de nós voltou para o todo dia, toda hora, todo mundo, aniversário, reunião, show, coragem para experimentar a
sobremesa da colher do colega de trabalho em uma quarta-feira qualquer, que vivíamos antes de março de 2020. Tenho
duas enteadas juvenis, que a essa altura, deveriam estar quase que 100%
voltadas para o fazer-se fora. Ambas passaram o domingo, o mês, o ano, dentro
de casa. Estão vendo pouquíssimos amigos, com raras oportunidades de conhecer
gente nova. Um dentro que não combina com essa época, que não combina com época
nenhuma.
Torço para que elas possam ocupar esse fora o mais breve possível. Eu, você, as minhas enteadas, e todo mundo, no mundo inteiro. Com poesia e sem sutileza. Faz-se urgente. Ainda que, claramente haja quem deseje diferente, os donos das cidades somos nós. E voltaremos com força a elas. Cuidem-se os que pensaram que nos acostumaríamos com o recolhimento.
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