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6 de julho de 2021

NORMALIZANDO "FOGO AMIGO", PARA VENCER INIMIGOS!

Quem tem amigo como Wagner, não necessita de inimigos!

A expressão “fogo amigo” ganhou notoriedade quando aliados de um mesmo exército atiravam em seus próprios aliados e foi usada inicialmente nos meios militares. Foi assim com os pracinhas brasileiros que lutaram na 2ª Guerra Mundial, conflito armado ocorrido entre os anos de 1939 a 1945. Por despreparo do governo, os

combatentes brasileiros tinham uniformes parecidos com os dos inimigos alemães e eram então, abatidos pelos próprios compatriotas.

Em 05 de agosto de 1954, o declarado desafeto do então Presidente Getúlio Vargas (1882-1954), o jornalista e político Carlos Lacerda (1914-1977), sofre um atentado, em frente sua casa na Rua Tonelero, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, na época capital da República.  Conta a história que o mandante, o Chefe da Guarda pessoal de Vargas, Gregório Fortunato (1900-1962), que  contratou um pistoleiro, por nome de Alcino João do Nascimento para matar Lacerda. Foi um festival de tiros e todos se demonstraram muito despreparados e quem acabou sendo alvejado e morto foi o major da aviação  Rubens Florentino Vaz (1922-1954) que fazia a proteção a Lacerda, que já havia sido ameaçado de morte em outras ocasiões e portanto, se resguardava com segurança de possíveis novos ataques, como este que teve participação direta no desgaste político de Getúlio e que culminaria também, juntamente a outros fatos e orquestrações militares, no suicídio de Vargas, que se dera em 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete no Rio de Janeiro. Comprovou-se que não havia sido Getúlio a dar as ordens para matar Lacerda e sim o próprio Fortunato, que tomando as dores do Chefe do Estado, decidiu agir por contra própria. Paira no ar até hoje a suspeita de que familiares diretos de Getúlio, mancomunados com o Chefe da Guarda deliberaram matar Lacerda. São apenas suposições que os anos que se passaram acabaram por sufocar.

Quando se age com veemência, denunciando e se levantando contra um regime ou governo (Lacerda assim o fez se posicionando contra Vargas e contra o populismo/Getulismo) os inimigos surgem, pois conviver com o contraditório faz parte das relações humanas. Até aí tudo normal. É possível que o leitor pergunte a razão pela qual contei essas duas situações: Fogo amigo e o atentado arquitetado por adversários a um político de oposição? “Deus me defende dos amigos, que dos inimigos me defendo eu” (Voltaire). Na vida temos que adotar posições e evidentemente que tal ação naturalmente gere os contrários, que extrapolam os limites das ideias e partem simplesmente para o ódio ou rancor.

Quero aqui chamar a atenção para a expressão “fogo amigo” dentro da questão política. Existe muita gente participando de um mesmo grupo político, se fazendo de amigo, mas atirando em seus próprios correligionários, pelo simples fato de ‘puxar o tapete’ para buscar o seu lugar ao sol. Seja isto em troca de cargos e favores políticos e, quem sabe financeiro. Este de fato é o pior algoz.

Quantas pessoas estão por aí, à espreita, esperando o momento de agir de acordo com os ditames do "fogo amigo", para se aproveitarem da ocasião em prol de benesses pessoais?  Conduta que enoja e prostitui ainda mais a já podre forma de fazer política. “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo”. (Abraham Lincoln).

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