A quebras de sigilo bancário dos envolvidos no escândalo da Operação Faroeste revelou o tamanho das propinas pagas aos desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia. Só três dos magistrados indiciados movimentaram quase R$ 65 milhões entre 2013 e 2019.
Em
2019, a Polícia Federal iniciou a operação, que investigou um esquema de
grilagem de terras e venda de sentenças para beneficiar posseiros no oeste
baiano. O desembargador Gesivaldo Britto (foto) teve depósitos que somam R$
24,4 milhões e José Olegário Monção Caldas movimentou R$ 22,3 milhões.
Na
conta da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago passaram R$ 17,4
milhões. Os dois primeiros foram afastados do cargo pelo Superior Tribunal de
Justiça no ano retrasado. Já Maria do Socorro ficou mais de um ano e meio
presa. Hoje está em prisão domiciliar.
Segundo
a Polícia Federal, R$ 5,6 milhões não tiveram origem ou destino informado, o
que reforça as suspeitas de propina e lavagem de dinheiro. Para isso, os
indiciados usavam empréstimos frios e fracionamento em pequenos valores para
escapar do controle do Banco Central, além de declaração de dinheiro em
espécie.
“Ao se investigar a quebra fiscal do magistrado, percebeu-se um incremento, ano a ano, de valor de suposta quantia mantida em espécie”, explica a Procuradoria Geral da República. Porém, ao executar as buscas nos endereços dos acusados, o dinheiro em espécie declarado por Britto não foi encontrado. (A Região).
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