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22 de junho de 2021

FALEM MAL, MAS NUNCA ERREM E NEM SE CALEM

Radialista do interior é polivalente, desvalorizado e escravizado por donos de rádio!

Confesso que olhava “meio torto” para alguns colegas jornalistas e radialistas. Implicava com a conjugação verbal, com o plural, com o jeito de falar... Hoje acho que mesmo não conjugando bem o verbo, esquecendo o plural, esse pessoal tem mais compromisso com a informação do que muitos colegas letrados! Esses dias ouvi um radialista dizendo que estava vindo de

ônibus de Salvador para cá. Em vez de reclamar do desconforto do ônibus, aproveitou a viagem para fazer matérias.

Conheço muitos colegas  que não iriam de ônibus ou carona para Salvador. São mais de 640 quilômetros. Tem quem faça esse percurso de carro particular... Para que? Em busca de notícias, sempre... entrando e ficando por algum tempo nas cidades que ficam no meio do caminho. Os colaboradores do interior que fazem participações na rádio, também, muitas vezes, cometem erros ao falar. Mas é graças a eles, que o interior “chega” em Salvador. Eles trazem as notícias, dão o recado.

Aí as notícias são copiadas, melhoradas pelos mais letrados. Afinal nada se cria mesmo, tudo se copia... E se você  prestar bem atenção, vai ouvir que no final das notícias, a maioria desses radialistas ainda traz o famoso “e com o oferecimento da loja tal... fulano de tal, de tal cidade”... Isso porque eles não ganham das rádios, (ou ganham muito pouco) e  têm que apelar para os “oferecimentos” (Jabás), que nada mais é do que a divulgação das marcas em troca de “algum dinheiro” para esses radialistas... Isso em uma rádio oficial...

Quem também “olha torto” para esses profissionais, lembre que eles são mal pagos (ou nem isso), que muitas vezes andam a pé, de bicicleta, não têm gravador, não tem retaguarda de redação, mas estão por aí, em busca de informações, porque eles têm sim uma coisa importantíssima: compromisso com a informação! Não quero dizer aqui que todos os radialistas empregam mal as palavras. Conheço alguns feras... Nem  prego aqui  a desimportância da Academia...

Reconheço o valor das letras bem empregadas, da teoria. Mas aplaudo acima de tudo o compromisso com a informação!

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