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20 de maio de 2021

MULHER QUE APANHA DUAS VEZES DO MESMO HOMEM, APANHA POUCO

Políticas públicas podem ajudar no enfrentamento a violência doméstica

Não deve existir num lar, nada mais repugnante e covarde, que a violência masculina contra a mulher. E muitas esposas tem sido espancadas, por maridos que as possuem como instrumentos de seus interesses mesquinhos, pessoais, possessivos e muitas vezes, bestiais. São homens animais, agindo como donos de pocilgas e estábulos, tratando mulheres como porcas e éguas, ao aprisioná-las e mantê-las sob seu domínio tirânico e

absolutista. É a crueldade estabelecida no seu mais alto grau de insanidade e covardia.

Os agressores ferem pele e sonhos. Destroem castelos e asfixiam suspiros de dignidade e auto-estima, de quem só quis ser feliz e edificar um lar de paz, felicidade e harmonia. O marido violento é como a própria personalização do satanás, que age para infernizar quem recebeu suas promessas de amor eterno. De protetor passa a ser torturados. De amor se transforma em causador da dor. De provedor passa a ser o "pão que o diabo amassou"!

Todavia, há mulher que apanha e volta a apanhar, a ponto de se acostumar em ser "saco de pancada" e mulher que apanha uma vez do marido e o perdoa, para que o casal volte a reconstruir o lar, pode merecer nossa compreensão. Mas mulher que apanha um vez, duas vezes, três, quatro, cinco... vezes, apanha pouco! Quase todos os homens que agridem suas mulheres acreditam ter esse direito.

Quando um homem estapeia sua mulher a intenção não é deixá-la com um olho roxo, e sim de mostrar-lhe que é ele quem manda e que ela tem mais é que ser submissa. O ganho visado pela violência é sempre a dominação. A violência física pode ir de um simples empurrão ao homicídio: beliscões, tapas, socos, pontapés, tentativas de estrangulamento, mordidas, queimaduras, braços torcidos, agressão com arma branca ou com arma de fogo.

Antes do primeiro tapa as mulheres devem cortar o mal pela raiz, reagindo à violência verbal e psicológica. Para isso é essencial que elas aprendam a perceber os primeiros sinais de violência para encontrar em si mesmas a força para sair de uma situação abusiva. Compreender por que se tolera um comportamento intolerável é também compreender como se pode sair dele. A agressão física não acontece de uma hora para outra. Tudo tem início muito antes dos empurrões e dos golpes. Um olhar de desprezo, uma ironia, uma intimidação, são pequenas violências que vão minando a autoestima da mulher.

As estatísticas mostram que grande parte dos ferimentos físicos e assassinatos ocorrem entre pessoas que vivem juntas. No Brasil, uma em cada quatro mulheres sofre com a violência doméstica. Hoje as esposas ainda são vítimas de agressões físicas. A mulher é mais vítima de agressões físicas em casa do que de acidentes de carro, assaltos e câncer somados. E por que muitos homens agridem suas mulheres? Talvez a resposta esteja em sua busca de força, sucesso, poder.

Homens e mulheres têm as mesmas necessidades psicológicas — trocar afeto, expressar emoções, criar vínculos. A questão é que perseguir esse ideal impede a satisfação das necessidades, e a impossibilidade de alcançá-lo gera frustração. Essa ideia se confirma quando os estudos mostram que a violência contra as mulheres não é a mesma em todos os lugares. É muito maior onde se cultua o mito da masculinidade.

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