A tentativa de exposição de uma virtude que não se tem (hipocrisia), se encontra presente, ainda que de forma às vezes não visível, em muitos momentos de nossa vida. É fruto da pretensão pessoal que temos de tentar mostrar, com nossa personalidade, virtudes que não temos, mas que gostaríamos de ter.
Na política, arte de fazer da mentira uma verdade, todo projeto se conduz no plano abstrato, apresentando o problema sempre como parte de uma solução que somente o ofertante circunstancial pode apresentar.
Muitos políticos se dizem possuidores das soluções de problemas que desde tempos longínquos agridem ao
homem da rua e usam a hipocrisia para fazer o eleitor vê-los como possuidores da capacidade de fazer milagres.Grande parte do eleitorado segue votando com base em propostas hipócritas, não se dando conta que é o elemento passivo desse macabro espetáculo eleitoral. Muito pequena é a parcela que vota por ideologia, conhecida da maioria somente pelas lembranças utópicas que fazem os prometedores do Éden.
Os princípios republicados soam na boca do hipócrita como estampido grosseiro de uma democracia decadente. Muitos votam pela conjuntura presente, tomando por direito aquilo que lhes é ofertado por hipócritas salteadores da verdade.
A política da verdade entrou em colapso lá pela década de 1970, quando a interrupção do diálogo deu passagem ao fratricídio. Desde então as emoções, os desejos e as expectativas são fortes componentes da mensagem eleitoral, que vem sempre carregada de conteúdo emocional. É um erro fatal votar em promessas e não em realidades.
O homem hoje vive em um mundo que busca desesperadamente encontrar soluções rápidas a problemas tecnológicos, enquanto assiste inerte a agonia da natureza, sua fiel companheira desde o início de sua existência.
Enquanto seguirmos esperando a chegada do messias político redentor, continuaremos entronizando os hipócritas como esperança de salvação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.