Se antes da pandemia a violência doméstica já era uma das grandes preocupações sociais no mundo, o problema se tornou ainda mais visado em tempos de coronavírus.
Com a necessidade do isolamento social, a vítima é confinada com seu agressor, em uma redoma de violência e silêncio que pode ser mortal. Mas o que mais nos chama a atenção é que, na maioria absoluta dos
feminicídios consumados, não se verifica que a ocorrência de registro de denúncia ou de medida protetiva das vítimas.Nós sabemos que apenas chegam aos órgãos responsáveis parte dos casos de violência. E esse silêncio pode ser mantido por diversos motivos: dependência psicológica ou financeira em relação ao agressor, falta de confiança em relação ao sistema de apoio, desconhecimento dos processos de denúncia e medo, entre outros.
Mas durante o isolamento social esse silêncio pode ser ainda mais sufocado, pode ser ainda mais fatal. O contato diário e frequente com o agressor e a ausência de relações de apoio, podem ser fatores agravantes para que a vítima não consiga recursos internos para pedir ajuda. Por isso, é tão necessária a conscientização e políticas de apoio psicológico e material às mulheres, para que se sintam seguras em denunciar.
Assim como é necessário o diálogo e conscientização de toda a sociedade, para que também os familiares e pessoas próximas aprendam a identificar situações de abuso e possam auxiliar essas vítimas que não conseguem quebrar o silêncio sozinhas.
O silêncio mata. E mata todos os dias um pouco. Primeiro nas agressões morais, depois nas torturas psicológicas, nas privações, depois nas agressões físicas... O silêncio vai as matando, até não terem mais voz. Então, se conseguir, peça ajuda! E se puder, ajude a quebrar o silêncio das mulheres vítimas dessa violência, salve vidas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.