A Nação terá
semanas muito duras pela frente, talvez as mais difíceis em muitos anos. Uma
combinação de fatores tende a agravar ainda mais a situação epidemiológica do
País, que já é dramática. Sistemas de saúde das redes pública e privada que
ainda não entraram em colapso estão na iminência de colapsar.
Especialistas são unânimes na defesa de um “lockdown de verdade”, ainda que com variações de cidade para cidade, a fim de
conter a disseminação desenfreada do novo coronavírus e o esgotamento da capacidade de atendimento dos hospitais.Se prevê um
“cenário de guerra” nos próximos dias, com pessoas morrendo por covid-19 dentro
de suas casas ou na entrada de hospitais superlotados.
Estes
alertas não devem ser tomados como mau presságio por cidadãos e tampouco por
governantes. Se houve quem mais acertou do que errou em seus prognósticos desde
que a pandemia se instalou no País, foram os médicos e cientistas.
A nova
variante do coronavírus circula sem qualquer tipo de controle no País.
Pesquisadores da Fiocruz descobriram que esta variante aumenta a carga viral em
dez vezes e é duas vezes mais contagiosa. Junte-se a isto a baixa adesão ao
isolamento social em muitas cidades e a falta de vacinas na quantidade que o
País precisa.
O
horror de hoje e dos próximos dias, é importante destacar, reflete sobretudo o
mau comportamento de cidadãos de algumas semanas atrás. Espera-se mais
responsabilidade, coragem e espírito público para que a cada ciclo de 14 dias
não se arme uma bomba viral sempre prestes a explodir e matar. O País vive uma
tragédia sem precedentes. Há mais de um mês, morrem, em média, 1,2 mil pessoas
por covid-19 todos os dias. Isto tem de acabar.
Passado
um ano de uma pandemia que já custou a vida de quase 255 mil brasileiros, é desalentador
observar que ainda há quem insista em ignorar as recomendações básicas das
autoridades de saúde. Ou pior, quem insista em afrontá-las com eventos clandestinos
de grandes aglomerações.
O
Brasil precisa o quanto antes aumentar a quantidade de vacinas à disposição da
população. Hoje não há doses sequer para garantir a imunização de todos os que
fazem parte dos grupos prioritários.
Sem vacinas e sem vagas de UTI suficientes para atender à demanda, cabe a cada um dos cidadãos agir com responsabilidade. E a cada governador e prefeito, fazer com coragem o que tem de ser feito.
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