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10 de fevereiro de 2021

O PRÓXIMO PODERÁ SER UM DE NÓS!

Estamos todos entre sobreviver, ou morrer no drama do coronavírus!

Os últimos doze meses podem ser considerados como atípicos, pontos fora da curva, se comparado com outros que se sucederam. Ultimamente, vivemos prometendo a nós mesmos que o amanhã será diferente, mas quase sempre o dia seguinte tem sido uma repetição do hoje, fortalecendo a tristeza e com ela, muitas vezes a decepção.

Guardados dentro de nossas casas, ou em contato com pessoas mais próximas temos tentado exercitar a prática da socialização, buscando trocar informações, oferecendo notícias fresquinhas na hora, na expectativa de

estarmos atualizados.

Por incrível possa parecer, nesse último ano, a frase mais escutada por todos foi: “sabe quem morreu?” Normalmente as pessoas falecem, mas não em tamanha quantidade e tão próximas a nós; seres humanos junto com os quais, vivemos, sorrimos, conversamos, brincamos, viajamos, de uma hora para outra simplesmente morreram.

Lembro, na minha infância, mortes em abundância somente em filmes de bang-bang, atualmente virou clichê, rotina, passou a ser o novo normal. Recordo, anos atrás, a morte de alguém nos deixava muito abatidos; nos últimos tempos, parece havermos nos acostumados com a overdose de enterros, e para lembrarmos dos que partiram, devemos fazer uso de uma cadernetinha para anotação.

Anteriormente, pessoas morriam, mas não eram tão próximas. Hoje raro é o cidadão que não possui parente falecido recentemente, sendo motivo para que outros refaçam o questionamento: “sabe quem morreu?” Mas uma coisa é certa, desde o final de ano passado, quando os corações se preparavam para reviver o nascimento de Jesus, uma segunda onda da pandemia, ou melhor a continuação da primeira, se anunciou e o povo parece não acreditar.

Se no início de dois mil e vinte, o medo do desconhecido fortalecia o distanciamento social, como uma alternativa à sobrevivência, hoje, as pessoas esqueceram de tudo. Muitas negligenciam o uso de máscaras, se aproximando perigosamente dos seus semelhantes. Negligenciando possivelmente ser ela própria, de uma hora para outra a resposta para a pergunta: “sabe quem morreu?”


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