Setores do
Partido dos Trabalhadores da Bahia estão formatando a chapa majoritária da base
aliada, para a disputa da sucessão estadual de 2022, deixando de fora o
governador Rui Costa (PT).
Querem na linha de frente para enfrentar o ex-prefeito ACM Neto (DEM) uma composição com Jaques Wagner, o vice sendo indicado pelo PP do vice-governador João Leão e o senado com Otto Alencar (PSD) buscando a renovação do
mandato via instituto da reeleição.E o governador
Rui Costa? Usando uma expressão comum nos grupos de WhatsApp, colocaria antes
da pertinente e oportuna pergunta um “oxente” com todas as letras maiúsculas:
OXENTE ! Rui Costa sendo defenestrado da majoritária, como se fosse um
postulante sem importância?
É evidente que
os idealizadores dessa esperteza são ligados ao senador Jaques Wagner, que quer
a base de sustentação política do chefe do Palácio de Ondina unida em torno de
sua tentativa de governar a Bahia pela terceira vez. O apoio do PSD e PP é
imprescindível. Diria até que é “conditio sine qua non” para que Wagner derrote
ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do demismo.
Para que ocorra
tudo dentro do que a ala wagneana quer, tem que acontecer três coisas : 1) Rui
Costa cumprir seu mandato até o último dia. 2) Otto Alencar desistir da sua
legítima pretensão de sair candidato a governador. 3) o comando nacional do
lulopetismo lançar Rui como o nome do PT na disputa pela presidência da República.
Ponto 1 – O pior
caminho para o governador Rui Costa, já que ficaria dois anos sem mandato
popular. Digo até que é uma gigantesca maldade com o petista-mor da Bahia.
Obviamente que não irão conseguir tal proeza. Nos bastidores, como meio de
tentar influenciar uma decisão de cima para baixo, ficam dizendo que o
vice-governador João Leão, que vai passar um bom tempo como chefe do Executivo
se Rui disputar o Senado, não é confiável. Vale lembrar que a sigla de Leão é o
PP, que além de ser a principal legenda do Centrão, vai fazer o jogo do
presidente Bolsonaro na sucessão do Palácio do Planalto.
Ponto 2 – A
verdade é que ninguém sabe o que passa pela cabeça do senador Otto Alencar, que
é o presidente estadual do PSD. O próprio Otto não sabe qual a decisão que irá
tomar no pleito de 2022. Quando questionado sobre o assunto, diz que ainda é
cedo para definir seu caminho político, que tem duas direções: reeleição para o
Senado da República e a candidatura ao governo do Estado.
Ponto 3 – É aí
que entra a ala da executiva estadual do PT ligada a Jaques Wagner, que vem
desenhando a composição da majoritária deixando o governador Rui Costa de fora,
como estivesse certeza de que o morador mais ilustre do Palácio de Ondina será
o candidato do lulopetismo na sucessão de Bolsonaro ou ficará como governador
até o fim da gestão. A turma de Wagner não acredita que Fernando Haddad,
ex-prefeito de São Paulo, considerado o pior alcaide da história política da
cidade, seja o nome da legenda na disputa presidencial.
As conversas
estão acontecendo na segurança de que só existem duas opções para o governador
Rui Costa: ser candidato à Presidência da República ou continuar no governo até
o último dia do mandato, o que significa ficar dois anos sem nenhuma referência
politica.
O pessoal de
Wagner acha que o ex-presidente Lula vai convencer Rui a não disputar o Senado,
facilitando assim os entendimentos em torno da composição da majoritária e,
como consequência dessa harmonia, evitando uma debandada de quem não ficou
satisfeito para o netismo, que vive o angustiante dilema de ser ou não ser
oposição ao bolsonarismo.
O governador Rui
Costa não diz nada. Só espera o momento certo para mostrar que é o principal
protagonista do processo eleitoral de 2022, que não vai aceitar o papel de
coadjuvante na arrumação da chapa que irá enfrentar a de ACM Neto (DEM).
Quando
questionados sobre a tentativa de deixar Rui Costa fora da majoritária, para
facilitar o diálogo entre as legendas da base aliada, mais especificamente o
PSD e PP, correligionários mais próximos do governador preferem o silêncio,
pelo menos por enquanto. Acham que ainda é cedo para dar um chega pra lá nos
defensores da defenestração de Rui Costa da chapa majoritária.
É por essas e outras que volta e meia se comenta a possibilidade de Rui Costa deixar o PT. A cúpula nacional não trata o “companheiro” como deveria, parece desdenhar do seu valor, da sua imprescindibilidade para a sigla. Talvez porque Rui Costa não tenha vocação para ser “poste” do lulopetismo, marionete ou boneco de engonço. Por Marcos Wense.
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