Ao
longo dos meus 60 anos de idade, nunca tinha vivido tão intensamente a
percepção do caos. A pandemia nos fez refletir sobre nossos hábitos, crenças e
sonhos. Em isolamento e bombardeados por informações negativas, o caos bateu à
nossa porta.
Em
algumas culturas, o caos e a crise são considerados oportunidades de
transformação. Uma escola dinamarquesa, por exemplo, treina líderes para
conviverem com um ambiente caótico.
No
Brasil, os empreendedores e as empreendedoras navegam no caos desde que se descobrem. E é exatamente neste ponto em que deposito minhas esperanças. Desejo que os empreendedores ocupem cada vez mais posições de liderança. Lembrando que empreendedor no
sentido exato é mais do que abrir o próprio negócio, é um sentimento e uma ação
para transformar algo. É buscar resultados melhores, é não se contentar com a
zona de conforto, é focar no impacto e viver numa montanha russa todos os dias.
Um
grande desafio para cidades como Itabuna será acertar políticas para gerar,
atrair e manter novos talentos. Valorizar mulheres e homens empreendedores,
incentivar negócios sociais e locais. Ainda, fomentar o surgimento de negócios
sustentáveis ligados à nova economia, incentivar o empreendedorismo feminino e
dar acesso a capital é fundamental.
Este
novo momento começa pela compreensão de que eles serão os líderes dessa
mudança, pois estão acostumados a navegar em ambientes de extrema incerteza.
Passa pela aceitação de que a busca não será mais por controle ou gestão, mas
por pessoas capazes de fluir com criatividade e empatia.
Para
as grandes organizações, encontrar líderes empreendedores será um desafio.
Aproximar culturas organizacionais que por anos premiaram a gestão e o
crescimento linear, com pensamento exponencial e ágil, será um grande projeto.
Para
instituições públicas, será necessário se despir da cultura da punição ao erro,
desfazer-se da cultura hierárquica e da estabilidade. Existem inúmeros
intraempreendedores nessas estruturas e esse é o começo da caminhada. Encontrar
e empoderar os líderes inovadores. Será uma nova era de aprendizado para
líderes e empreendedores.
Como sociedade, não nos restam alternativas a não ser mudarmos a rota do barco em que estávamos acreditando navegar.
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