Não é de hoje que
se sabe que a população negra no Brasil é a mais afetada pelos altos índices de
violência e também a mais sujeita à violação de direitos. Estudos realizados
por várias entidades mostram que os negros são maioria nos presídios e entre as
vítimas de homicídios, ao mesmo tempo em que tem menos acesso à saúde e à
educação e compõem o segmento mais pobre da população.
Homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País. O quadro, sem dúvida, é gravíssimo o e se deve a vários elementos. Primeiramente, a forte correlação entre raça e classe social no Brasil, de forma que a
população negra viva em condições mais desfavoráveis, que explicam as maiores taxas de violência letal.Alguns
especialistas chegam a falar da existência de um “apartheid” no Brasil, em
referência o regime de segregação racial que vigorou durante décadas na África
do Sul. Em áreas pobres, as taxas de violência são muito maiores que nas áreas
ricas. Há também evidências de que, além da questão de classe, há um viés
racial.
Esses
níveis de violência, especialmente contra certas populações, não podem ser
aceitos como naturais. Para superar essa situação, é necessário que o governo
promova ações públicas coordenadas em áreas como educação, saúde, trabalho e
geração de renda e oportunidades iguais para todos.
É
preciso também uma revisão dos procedimentos policiais, para que os agentes da segurança
pública não ultrapassem os limites da lei. Além disso, é fundamental que todos
casos sejam apurados para que se punam eventuais abusos.
Levantamento feito da Rede de Observatórios da Segurança mostra que a maior parte das pessoas mortas pelas polícias de cinco estados – Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo – no ano passado é negra. A Bahia apresenta o maior percentual: 97% dos mortos em ações policiais eram negros.
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