São muitos os servidores públicos, que se candidatam de mentirinha!
Estive
recentemente conversando com meu amigo Rodrigo, que me contou o seguinte: “Sou
servidor concursado, já prestes a me aposentar. Quando comecei a trabalhar na
Prefeitura, determinado colega, ainda não pertencia ao quadro de funcionários,
somente chegando tempos depois; muito conversador, aparentemente gente boa.
Tudo para ele era em nome de Deus, Jesus Cristo e Maria Santíssima.
Acontece que em todas as eleições ele se candidata. A cada dois anos, era a mesma rotina; se inscrevia em um partido político e tentava ser deputado ou vereador a depender da vez. No início até votei nele em duas oportunidades, porém logo descobri que aquilo era um meio de vida. Três meses antes do pleito e três depois do acontecido, o cidadão permanecia afastado do trabalho por força de lei eleitoral, e a vida seguia na maior maré mansa para ele. Na contagem dos votos seu nome só não aparecia com um traço porque ele votava em si próprio. Anos atrás, foi preso pela Polícia Federal trazendo em uma valise 007, aquela do James Bond de antigamente, centenas de títulos eleitorais falsificados. Ficou no xadrez da PF por uns dias sendo logo solto através de habeas corpus. Agora ele é candidato novamente, levando em consideração a pandemia, não o vejo desde quase a eleição passada; dessa vez, salvo engano o slogan dele é: “eleito, vou lutar pelos direitos das pessoas sem sobrancelhas”, um autêntico cara de pau. E tem mais, falou Rodrigo certa vez, entre uma eleição e outra, quando lhe proibiram de apresentar atestados médicos, alguns deles até de médico obstetra, foi escalado para compor a comissão de seleção para contratação de novos servidores para nosso órgão. Resultado: ele vendeu o gabarito das provas. Foi a maior confusão. Certame anulado, ele preso novamente, mas já de olho nas próximas eleições e sem perder a autoestima, me falou que estava pretendendo se aposentar. Quando perguntei como? Até porque tenho mais tempo que ele e ainda não consegui, ele respondeu: “vinte anos de trabalho e o restante em horas extras”. Uma loucura. Por isso que eu não gosto do que ouço no horário político!
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