Os jovens que veredam pelo caminho das drogas e do crime, nunca passam nessas ações ilícitas, mais que cinco anos de vida! |
Itabuna tem cerca
de 220 mil habitantes, com grande percentual na linha de pobreza e absoluta
miséria, andando sempre na ponta dos piores índices do Estado da Bahia, quando
se refere a desenvolvimento humano, educação, mortalidade infantil e, mais
recentemente, homicídios.
Para os índices
sociais, há sempre os que acreditam que seja coisa orquestrada pelos que
usufruem melhor daqueles que vivem no
pior. Quando se refere a homicídios, a
justificativa geral é de que os usuários e traficantes se matam pela manutenção
do lucrativo negócio, fato observado com certo conforto por aqueles que
acreditam que a matança fica entre eles, então que se matem.
Há outra linha que
advoga a tese de que os homicidas e suas vítimas são produtos de uma sociedade
perversa, onde poucos ganham muito e muitos quase nada, os excluídos
socialmente. A tese da vitimização social é de certa forma desrespeitosa em
relação àqueles que, apesar de estarem na linha de miséria, conseguem superar
as dificuldades e viverem com dignidade, e são muito mais numerosos que os
marginais, que procuraram o caminho mais fácil e curto da vida bandida, abandonaram
as escolas e fugiram de tudo o que representa trabalho, ordem e disciplina.
Não fosse assim,
seria necessário um PAC exclusivo para a construção de presídios e cemitérios.
Antes da explosão do consumo das drogas, a violência das grandes cidades era
atribuída ao êxodo rural e isso virou senso comum, mas então veio o bolsa
família que segurou muita gente por lá e contrariou, em parte, a expectativa de
explosão dos centros urbanos.
Naquela época, uma
família saindo da roça em direção a Itabuna era vista por muitos como uma
quadrilha em formação. Conheci um menino que cresceu com mais dois irmãos em
área de periferia, apaixonou-se pelo atletismo e correndo de forma obstinada
pra longe dos caminhos da droga, chegou a Salvador e lá foi abrigado por entidade
que cuida de talentosos atletas e futuros campeões, tratamento que tanto
pleiteara aqui e não conseguira, mas não desistiu.
Um dos dois irmãos
aguarda a hora para pontuar nas estatísticas de homicídios, o outro parece
correr na direção do atleta. Há mães e pais pobres que perderam filhos para as
drogas e que, ao mesmo tempo, registram com muito orgulho a resistência dos que
preferiram seguir superando as dificuldades que a vida oferece - seus valorosos
filhos heróis.
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