Para cada pessoa do mal, devem existir, no mínimo, dez mil pessoas de bom caráter e boa conduta! |
Se
eu for contar o quanto de vezes que quebrei em pedaços, o quanto de vezes em
que me vi sem saída, sem chão, o quanto de lágrimas já escorreram desses olhos
e o quanto de vezes em que acreditei que não acreditar fosse a melhor escolha.
Se eu fosse contar, certamente perderia as contas. A vida é um misto de
incertezas, de questões infindáveis com a escolha interna de sim, não, de bem
ou mal. Com a escolha de: agirei pelo meu caráter ou me comportarei como tolo
mentindo para mim mesmo? Há quem diga e acredite que a injustiça reina no mundo
e se pararmos para olhar, realmente, essa é uma realidade, a injustiça
realmente opera impetuosamente no mundo, agredindo, tentando calar, sufocar,
afogar as pessoas e com elas todos os seus sonhos e esperanças. Mas o bem é uma
força que caminha na contramão, na contramão da impossibilidade, na contramão
da incredulidade, na contramão da destruição, na direção absolutamente
contrária das vozes que dizem que não haverá possibilidade e justiça. O bem aos
olhos é menor, pequeno, ínfimo, é como uma partícula que às vezes nem sequer
consegue ser enxergada a olho nu, apenas pode ser vista com a força do amor e
com a loucura que habita na esperança. O bem é como aquela personagem de filme
que ninguém acredita que no final poderá superar o mal, mas de um jeito que
ninguém entende bem, vence. O bem vence, pode acreditar. Pequeno como é,
invisível à maioria como é, ínfimo, extremamente ínfimo, mas vence. Habita
naqueles que também caminham na contramão da impossibilidade, já que não
poderiam seguir outro caminho senão o da bondade, o da escolha, escolha pela
solidão, pelo caminho que leva à perdição, sim, perdição. Não foi aquele homem
simples que caminhou entre os viventes, conhecido como Jesus Cristo, que disse
que quem quisesse salvar a sua vida a perderia e que aquele que a perdesse por
amor Dele, da bondade, se salvaria? O bem é uma escolha, árdua. Escolher esse
caminho, acreditar nesse caminho é uma sina, uma cruz, uma condição de certa
forma. No final, é essa força, esse pedaço de esperança, é essa partícula que
vence. No bem, o mal não subsiste, no bem o que é mentira não fica, no bem não
há espaço para achismos. Quem escolhe esse caminho, está fadado a lutas, a
batalhas, mas no final, as recompensas são vistas, não apenas sobre si, mas
sobre a posteridade. Pequeno, mas sempre vence. Invisível aos olhos, mas mais
real do que os resplandecentes montes e vales. O bem sempre vencerá e a
tempestade maligna jamais poderá mudar essa ordem, esse curso, a força desse
adorno do amor.
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