A violência na Bahia está tão exagerada, que ladrões estão roubando ladrões! |
Inevitavelmente,
os métodos criminosos espalham-se em consonância com a instantaneidade
contemporânea das mídias digitais. As ações criminosas ocorridas em Itabuna
reproduzem crimes que impactaram as populações paulistas e cariocas há
relativamente pouco tempo. Como nos modismos em consumo, cultura, esporte e
tudo o mais, as metrópoles ditam moda. No mundo do crime, de certa forma,
também sempre foi assim. As novidades do momento são a rapidez com que os
comportamentos criminosos se espalham e a intensidade com que alcançam os lugares
mais distintos. Há cerca de dez anos, aconteceu uma mudança radical no perfil
do crime organizado na Bahia, e certamente tal fenômeno repetiu-se noutros
Estados. Os presídios viraram uma espécie de central de escritórios, de onde as
mais variadas quadrilhas são pilotadas por controle remoto. O tráfico de drogas
transformou-se de atividade “artesanal” em “industrial”, reproduzindo inclusive
o modelo de dominação imposto contra áreas de moradias populares, tal qual o
figurino imperante nos morros cariocas (todos nas mãos de quadrilhas de
traficantes até antes das experiências das invasões militares que desalojaram
alguns chefões de suas posições de poder nas favelas). As quadrilhas, dirigidas
por presidiários ou chefões em liberdade, estão dando demonstrações de força e
do mais profundo desrespeito à população e à Justiça. Dizem, em altas
labaredas, que não temem a polícia e não se deterão frente às medidas que têm
sido tomadas pelos responsáveis pela segurança pública. Necessária, e
urgentíssima, se faz alguma mudança radical na política de defesa social. Sair
da defensiva é uma questão de sobrevivência para quem tem a missão de defender
a lei e a ordem. O crime organizado precisa ser enfrentado na Bahia. Não dar
mais, por exemplo, contar mortos diariamente em Itabuna.
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