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11 de junho de 2019

SÃO OS POBRES QUEM MAIS SOFRE E PERDE COM ÔNIBUS PARADOS

Só o povo é prejudicado com greve de rodoviários em Itabuna!

Motoristas e cobradores de empresas do transporte coletivo paralisaram as atividades em Itabuna. Eles cobram reajuste salarial e participação nos lucros das empresas. A greve está, ilegalmente, atingindo 100% da frota. A principal saída da população é o moto-táxi. No entanto, a viagem que, normalmente, custa entre R$ 5 e R$ 7, agora está custando até R$ 20. Cerca de 100 ônibus estão parados nas garagens. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) estabeleceu que 30% da frota opere normalmente, mas essa determinação não está sendo cumprida. Quem perde com essa e outras greves de serviços públicos essenciais é a população, em especial as pessoas que não possuem recursos alternativos de transportes para suas atividades diárias. As greves no transporte público prejudicam também os que usam outros meios de transporte, pois as vias ficam mais congestionadas. Prejudicam os que têm negócios, pois os empregados e muitos pequenos empresários dependem dos ônibus. Atrapalham o rendimento escolar, pois alunos, professores e servidores têm dificuldades para chegar às escolas e faculdades. Essa greve dos rodoviários prejudica, de verdade, patrões e governantes. Essa greve prejudica o povo, especialmente as camadas mais pobres da população itabunense. O fato é que o sindicato dos rodoviários, quando tem dificuldades em ter suas reivindicações atendidas, recorrem à greve, como instrumento de persuasão, sem considerar que outros trabalhadores acabam sendo os mais prejudicados com suas decisões unilaterais. Para agravar a possibilidade de uma negociação rápida, para acabar com essa paralisação, o movimento acaba sendo explorado por interesses mesquinhos e partidos de esquerda se envolvem incondicionalmente a essa greve. Alguns partem de uma interpretação ligeira dos clássicos marxistas, como se todo e qualquer sindicato e toda e qualquer greve fossem “revolucionários”. Outros, porque radicalizar em defesa dos bolsos dos associados é a maneira de permanecerem nas direções sindicais. Para esses partidos, não apoiar uma greve é uma heresia contra os cânones da esquerda. Isso é uma visão estreita do que seja uma greve e um desvirtuamento do que é ser de esquerda. Talvez esses militantes nunca tenham ouvido falar ou lido sobre “aristocracia operária” e os males causados pelo “economicismo egoísta e pequeno burguês” em sindicatos e partidos ditos proletários. Alguém verdadeiramente de esquerda acha que interromper a viagem de um ônibus urbano e atrapalhar a vida de toda uma população é uma “ação revolucionária”? E é “revolucionário” deixar sem poder ir ao trabalho, clínicas, hospitais e escolas, quem geralmente são as mais pobres e mais prejudicadas pela desigualdade social? Se a resposta for sim para as duas questões, o desvio ideológico é bem grave. Mas a greve perdura e o povo é quem paga a cara conta. E isso tudo acontece, com a inércia dos promotores públicos, vereadores e dos órgãos municipais, responsáveis para evitar que rodoviários permaneçam prejudicando toda Itabuna e atrapalhando a vida dos itabunenses.

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