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19 de abril de 2019

COMO ERA MARAVILHOSA A SEXTA-FEIRA SANTA COM MINHA FAMÍLIA

Maravilhosa e divina era a época em que tínhamos todos
juntos no deleite do caruru da mamãe Nice nesta sexta-feita 
Por muitos maravilhosos anos em minha vida, a Semana Santa na casa dos meus pais, não era apenas uma tradição religiosa católica, que celebrava a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Eu e meus cinco irmãos começávamos a sexta-feira, nos ajoelhando diante dos nossos pais e os pedíamos bençãos de joelho. Logo após tínhamos que nos deslocarmos até onde moravam nossos avós e a distancia era de apenas uns dois quarterões, para também apresentarmos nossos pedidos de bençãos! E gostávamos de recebermos suas respostas em forma de "Deus te abençoe"! Aquela expressão, era como um escudo de proteção e afirmação de que o Pai estava sempre conosco. No meio dia havia o banquete. Nos deliciávamos do mais delicioso caruru que alguém podia produzir. E ninguém cozinhava melhor que nossa amada mãe Nice. Tanto que nossa casa ficava cheia de tios e tias, primos e primas e todos se esbaldavam com a sensação de estarem sendo servidos da mais tradicional iguaria baiana e dos mais nobres manjares dos deuses. Peixe era predominante e exclusivo no cardápio e até hoje meu pai "Bemzinho" exige que comamos apenas peixe entre quarta e sexta-feira da Semana Santa. Já no sábado nos embevecíamos dos chocolates do posterior domingo de Páscoa, quando comemorávamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e Sua ressurreição. Tudo isso sem nos esquecermos da crucificação de Cristo. Depois vieram as mortes dos nossos avós e da nossa mãe. E nada foi tão maravilhoso como antes. E a dor dessas perdas só não é maior, porque sempre fomos orientados por nossos familiares, a acreditarmos na ressurreição e toda vez que surge a tristeza da falta e da saudade dos nossos avós, mãe e demais parentes que nos antecederam no "retorno à Casa do Pai", nos confortamos na crença de que Deus cumpre sua promessa de ressurreição. Portando, é humano que nos entristeçamos com a falta dos abraços, beijos e carinhos de nossos falecidos amados, mas alegramos-nos pela convicção de que estão todos muito bem acompanhados e cuidados no Reino dos Céus. Por tudo isso, Jesus vive.

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