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19 de abril de 2019

A HOMILIA PROFANA DA SEMANA SANTA

Os Barrabás dos tempos atuais, continuam
submetendo Itabuna à momentos infernais!
Chegamos a mais um feriado, a mais um final de semana prolongado, considerado pelo presidente da CDL de Itabuna, Carlos Leahy, em termos financeiros, ruim para o comércio (muitos feriados). Engraçado é o nome dado: "Semana Santa". E as outras 51 semanas será que são profanas?. A Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), quase todos os anos promove o "espetáculo" "Paixão de Cristo". Até que é bem feito porque a maioria do atores e atrizes é de voluntários amadores e todos fazem o melhor que podem. Tem lá os seus deslizes, mas tudo é arte com história, religião e emoção. O então padre Auxêncio, da comunidade do bairro Conceição, era um contador de "causos". Sua homilia era fantástica, sempre com uma história sobre o tema a ser pregado naquela semana. Conta ele: - O matuto morava em um sítio e tinha um filho, que crescia no meio das plantações, dos córregos, das pastagens, vivendo com toda liberdade que a vida lhe proporcionava. Nunca tinha ido à cidade e nem interessa conhecer, afirmava para o pai. Um dia, ele já moço, o pai convidou para ele ir até a cidade e que voltariam logo, só para ele ter uma ideia de como era a cidade Grande. Lá chegando, disse para o filho seguir adiante naquela rua que daria em frente à Praça da Matriz, para ele conhecer o local e ficar admirando os papagaios que lá estavam cheios deles e que esperasse, porque logo estaria indo embora. Era Sexta-feira da Paixão e a Ficc estava encenando a "via sacra", onde Nosso Senhor carregava a cruz com o povo seguindo atrás gritando: - Crucifica-o. Na frente da Ficc e quase na porta da Matriz, amarraram Cristo na cruz e ficou lá exposto com o povo blasfemando para sua morte. Sentiu uma dor no coração e começou a chorar com pena daquele rapaz. Que teria feito ele para tanta crueldade? Assim que o pai chegou, pediu para irem logo embora, e que nunca mais tornaria a voltar à cidade, porque o povo de lá era muito ruim. Apesar da insistência do pai para voltar à cidade ele sempre recusava. Passou um ano e um dia, de tanto insistir ele acompanhou o pai até a cidade e foi direto para a Praça da Matriz. Coincidentemente era a Sexta-Feira da Paixão, e lá estava Cristo novamente com a cruz nas costas, apanhando e o povo gritando para crucificá-lo. Ele encostou-se em uma árvore e começou a rir. Uma beata que estava ao seu lado ficou indignada e perguntou se ele não tinha dó daquela cena em que Cristo estava sendo açoitado, no que ele respondeu: - Escuta aqui minha senhora, "dó" eu não tenho não, porque esse cara é muito teimoso. O ano passado já fizeram isso com ele, quem mandou voltar aqui!

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