Prefeitura Itabuna

Câmara

Câmara

25 de julho de 2018

SÓ PERCEBEMOS O VALOR DA ÁGUA DEPOIS QUE A FONTE SECA

Não podemos aceitar que nossos rios virem esgotos a céu aberto

O programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu no último domingo uma reportagem especial sobre o problema do abastecimento d’água em grandes cidades. Megalópoles como São Paulo, Cidade do Cabo, na África do Sul, e a Cidade do México, estão à beira de um colapso nesse quesito. Não são, porém, casos isolados. Como se sabe, a água potável no planeta todo está ficando cada vez mais escassa e, consequentemente, mais cara. De acordo com a ONU, até 2030 a Terra enfrentará um deficit de 40% no abastecimento de água. A ONU alerta para a dimensão dos desafios a serem enfrentados pelos 193 países signatários da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que propõe como uma de suas metas o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos. O Brasil não escapa dessa realidade, apesar de ter 12% da água potável do planeta. Em 2015, um em cada três municípios decretou emergência por causa de estiagem. Segundo o próprio Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, nos informou em recente conversa que tivemos, a irrigação é responsável por 75% do consumo de água no Brasil. Em segundo lugar, vem o abastecimento animal, que consome 9% da água, seguido pelo abastecimento dos cerca de 160 milhões de brasileiros que vivem em áreas urbanas. As mudanças climáticas explicam parte do problema da escassez de água, mas a situação poderia ser outra se a água fosse tratada de forma diferente. No Brasil, o saneamento básico, por exemplo, tem indicadores muito baixos. Cerca de metade dos brasileiros não têm seus esgotos sequer coletados, e praticamente todos os corpos d’água localizados em áreas urbanas encontram-se poluídos, como é o caso do Rio Cachoeira, em Itabuna. O grande desafio para os governantes é regular o uso dos recursos hídricos. Trata-se de implementar uma nova cultura de cuidado com a água, baseada na corresponsabilidade entre sociedade e as diferentes instâncias do poder. É preciso assegurar a manutenção dos ecossistemas que permitem a renovação da água doce, recuperar e proteger as fontes, reduzir o desperdício, tratar e reutilizar os efluentes. De pequenas atitudes no cotidiano a complexas ações governamentais, todos os esforços são necessários para assegurar o direito à água potável. Os governos têm a tarefa de garantir o tratamento e o abastecimento de água e a coleta e o tratamento do esgoto sanitário. Ao cidadão comum cabe usar de forma consciente esse recurso natural imprescindível à vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente no blog do Val Cabral.

Publicidade: