A cota dos 30% de mulheres são quase todas de "laranjas"! |
Conforme
o calendário eleitoral de 2018, definido pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), as convenções partidárias para a definição de candidatos já começaram.
Os partidos terão até o dia 05 de agosto para definir os candidatos a
presidente e vice, governador, vice, senador e deputados federais, estaduais ou
distritais. Nessa hora em que nomes começam a surgir, vale estar atento a uma
pergunta: onde estão as mulheres? Como em diversos universos, a desigualdade de
gênero também marca presença na política, colocando a mulher em uma situação
desvantajosa. Elas são maioria da população brasileira, mas representam a minoria
dos filiados aos partidos políticos em nível nacional. A defasagem é ainda pior
quando se analisa o cenário pós eleitoral. O atual Congresso Nacional, eleito
em 2014, tem apenas 10% de parlamentares do sexo feminino. A Assembleia
Legislativa da Bahia possui apenas oito representantes do sexo feminino, entre
os 63 deputados da Casa. Já na Câmara de Itabuna, só há uma vereadora, a
Charliane Souza (PTB). Essa representatividade tão pequena de mulheres na
política não é ruim só para elas, é ruim para o país, pois não há como negar
que são as mulheres, melhores formuladoras de políticas, que buscam melhorar o
cenário ao redor como bens públicos, saúde, educação e o bem-estar infantil. É
preciso dar mais espaço às mulheres e mais valor às suas ideias. Mais do que
isso, é preciso que elas se sintam motivadas a colaborar de uma maneira mais
enfática e significativa. Não é uma caminhada fácil. No Brasil, a lei atual
prevê que pelo menos 30% dos candidatos devem ser do sexo feminino. Para muitos
especialistas, a lei incentiva candidaturas laranja, ou seja, o registro de
candidatas apenas para cumprir a cota. O alto percentual de mulheres que não
receberam voto em 2016 (86% dos 18,5 mil candidatos) é um exemplo de que algo
precisa mudar. Não basta apenas abrir - na base da obrigatoriedade - espaço
para as mulheres no parlamento, mas encontrar meios de estimular os partidos a
admitirem mais mulheres em sua estrutura decisória. O nível de participação de
mulheres na política é um indicador do grau de amadurecimento das democracias.
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