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23 de julho de 2018

NÃO BASTA SER LARANJA

A cota dos 30% de mulheres são quase todas de "laranjas"!
Conforme o calendário eleitoral de 2018, definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as convenções partidárias para a definição de candidatos já começaram. Os partidos terão até o dia 05 de agosto para definir os candidatos a presidente e vice, governador, vice, senador e deputados federais, estaduais ou distritais. Nessa hora em que nomes começam a surgir, vale estar atento a uma pergunta: onde estão as mulheres? Como em diversos universos, a desigualdade de gênero também marca presença na política, colocando a mulher em uma situação desvantajosa. Elas são maioria da população brasileira, mas representam a minoria dos filiados aos partidos políticos em nível nacional. A defasagem é ainda pior quando se analisa o cenário pós eleitoral. O atual Congresso Nacional, eleito em 2014, tem apenas 10% de parlamentares do sexo feminino. A Assembleia Legislativa da Bahia possui apenas oito representantes do sexo feminino, entre os 63 deputados da Casa. Já na Câmara de Itabuna, só há uma vereadora, a Charliane Souza (PTB). Essa representatividade tão pequena de mulheres na política não é ruim só para elas, é ruim para o país, pois não há como negar que são as mulheres, melhores formuladoras de políticas, que buscam melhorar o cenário ao redor como bens públicos, saúde, educação e o bem-estar infantil. É preciso dar mais espaço às mulheres e mais valor às suas ideias. Mais do que isso, é preciso que elas se sintam motivadas a colaborar de uma maneira mais enfática e significativa. Não é uma caminhada fácil. No Brasil, a lei atual prevê que pelo menos 30% dos candidatos devem ser do sexo feminino. Para muitos especialistas, a lei incentiva candidaturas laranja, ou seja, o registro de candidatas apenas para cumprir a cota. O alto percentual de mulheres que não receberam voto em 2016 (86% dos 18,5 mil candidatos) é um exemplo de que algo precisa mudar. Não basta apenas abrir - na base da obrigatoriedade - espaço para as mulheres no parlamento, mas encontrar meios de estimular os partidos a admitirem mais mulheres em sua estrutura decisória. O nível de participação de mulheres na política é um indicador do grau de amadurecimento das democracias. 

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