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Somente o monitoramento de políticos suspeitos de atos de corrupção poderá evitar que o país continue com seus roubos |
Os políticos não se importam em serem xingados. Talvez até incentivem a prática para o povo extravasar sua revolta e se dar por satisfeito com o próprio ato de maldizer. Do modo como torcedores agridem verbalmente o juiz no campo de futebol e isto não altera o resultado do jogo, também não mudam as práticas políticas reprováveis os impropérios lançados ao ar contra seus atores. Na verdade, o que os políticos temem é serem vigiados pelo eleitor, pois aí as coisas condenáveis podem ser interrompidas antes mesmo de levadas a efeito. E é justamente isto que precisa ser feito pelo eleitor moderno para que as coisas antigas deixem de ser praticadas e coisas novas, proveitosas a todos tomem forma na condução do país. Se demorou muito tempo para o cidadão descobrir que votar era um ato responsável e de consequências perigosíssimas, não pode demorar o mesmo tempo para descobrir que vigiar o eleito também o é. Ninguém ignora que o político é ser humano que se coloca perto ou junto do poder e, como é sabido, o poder exerce fascínio sobre qualquer um. O comportamento de outrora de lembrar dos políticos no período de eleição e esquecê-los depois de eleitos, já não pode mais se repetir na sociedade atual, pois é justamente na constância do mandato que as coisas acontecem. Para tanto, a sociedade precisa se organizar para exercer vigilância sobre os atos de suas excelências, pois além de receberem salários de nossos impostos eles se utilizam dos impostos por nós recolhidos para a construção do país. Ou seja, tudo o que fazem, fazem com recursos que saem do trabalho de cada um dos eleitores. Ao saberem que a vigilância sobre seus atos será plena e eficaz, seja através dos mecanismos de Estado, seja por meio dos instrumentos criados pela sociedade civil organizada, prefeitos e os vereadores serão mais responsáveis no município, governadores e deputados estaduais no Estado e presidente da República, deputados federais e senadores no âmbito do país. Políticos sérios ao invés de se sentirem constrangidos com a vigilância do eleitor, na verdade aplaudirão a conduta pelo fato dela revelar aqueles que não se comportam com homens públicos de verdade. Se cada cidade se prontificar a cuidar de si mesma, organizando-se de modo que política e empresariado, político e cidadão se tornem aliados ao invés de opostos entre si, não resta dúvida de que num curto espaço de tempo o Brasil novo aparecerá. A consciência política plena requer do cidadão não só a responsabilidade de eleger bem, como também a responsabilidade igualmente dedicada de vigiar firmemente o eleito. Uma cidade, um estado e um país são construídos ou destruídos por todos e não somente pelos políticos.
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