Prefeitura Itabuna

Trief

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11 de junho de 2018

UMA ESTÓRIA QUE PODERIA SER VERDADEIRA

Lampião e Cabral temeriam hoje, o que veriam no país de Temer!
Contam, a boca miúda, que, dois ilustres personagens da história brasileira, conseguiram alvará junto ao Pai Maior para voltar à terra. Trazidos pela nave celeste, foram deixados em Salvador, para, dali, via buzu, deslocarem-se aos seus destinos. Lampião, acompanhado de Maria Bonita, desejava conhecer Itabuna, enquanto Pedro Álvares Cabral, que trouxe o fiel escriba Pero Vaz de Caminha, sonhava por visitar a Ilhéus dos dias atuais. Usando roupas características de suas épocas, mais pareciam integrantes de uma dessas quadrilhas, as juninas. Já na rodoviária ilheense, conviveram com sanitário com taxa de uso e sem mais dinheiro, tiveram que apelar para o "jeitino brasilero" de recorrer às moitas, tempo suficiente para que se adaptassem às novidades, desconhecidas em seus tempos: casais do mesmo sexo, whatsapp, mulheres de mine-saia, moleque cheirando cola, mulher grávida pedindo esmola, etc. Tudo muito diferente daquilo com que eram acostumados a conviver, quando de suas incursões, quer seja pelos oceanos ou, até mesmo, pelas paragens áridas do nordeste. Então, iniciaram a turnê. Lampião e sua amada partiram cedo para Itabuna, mas, bem antes de pegarem a rodovia BR 415, encontraram, à frente, um grupo de sem-terra, que bloqueavam a estrada, impedindo sua passagem. E quando Capitão Virgulino tentou se apresentar, estes lhe aplicaram um safanão, retiraram seu bornal, chapéu de couro, espingarda soca tempero e quebraram a única lente dos óculos usado. Maria Bonita fugiu e se escondeu no meio da mata. Em Ilhéus, Cabral e Caminha visitaram a avenida Soares Lopes. Lá, encantados, quiseram degustar um acarajé quente. A pimenta era tanta que seus olhos anuviaram, no exato momento em que surgiu um grupo de bons baianos que surrupiaram pulseiras e colares, do descobridor do Brasil e seu acompanhante. Ainda atônito, nossos visitantes, apavorados, viram surgir à sua frente dois meninos de uns 12 anos cada um, que queriam suas bolsas, sob a ameaça de que, se não dessem, suas virilidades desapareceriam. Saíram em disparada, sem olhar para trás. Lampião conseguiu reencontrar Maria Bonita, que, de tanto medo, necessitava urgente de uma limpeza. Correndo, chegaram às margens do rio cachoeira, que, em seus entendimentos, teria suas águas puras e límpidas, quase mineral. A musa do Rei do Cangaço, ao banhar suas partes, pegou uma xanha que não a deixava em paz. Deus, de lá de cima, resolveu recolhê-los. Lampião só de cuecão. Maria Bonita, manca de uma perna e cheia de feridas no corpo; Cabral, totalmente depenado e Caminha, sem nenhuma anotação ou relatório de viagem, por ter perdido sua caneta pena de ganso no centro de Ilhéus. Depois de algum tempo, Ele, imaginou: Ainda bem que os viajantes não tiveram tempo de conviver nas violentas periferias das duas maiores cidades sulbaianas, ou participar de uma reunião plenária das suas duas Câmara Municipais.

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