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28 de maio de 2018

CUMA COMO REI DE CABRAS CALADAS

O erário atrai Cuma e ele trai quem o faz se sentir um rei!

Imagine uma cidade bem distante onde o prefeito, como se fosse um rei, se esforça para ganhar a admiração dos seus súditos. Não mede esforços em divulgar as realizações do seu governo. Quer deixar o seu nome na história do município, pelo menos não sair pela porta dos fundos. Com muita pompa, junta a população na praça e, com ajuda de seus assessores e lacaios, faz um discurso que inebria a todos. Anuncia que fará grandes obras. Que a cidade terá teatro, entro de convenções, barragem e asfalto para pavimentar todas as ruas. Bravata e esbraveja que foi quem mais construiu escolas, postos médicos e que não há ninguém mais honesto do que ele em seu reinado. Com tantas realizações em tão pouco tempo, o rei se coloca como o homem que sozinho, sem dispor de um tostão dos impostos pagos pela população, mudou a face do reino. Diante de tantas notícias boas e favoráveis o que ele espera dos súditos é que vivam felizes para sempre. Para isso precisa esconder os números ruins do seu reinado. Contrata os mais fantásticos manipuladores de números e opiniões. Ainda assim, a realidade insiste em desmenti-lo. Um a cada quatro súditos não consegue emprego e as lojas e fabricas fecham suas portas. As filas dos postos de saúde são imensas e a qualidade do ensino ruim. O rei fecha restaurante popular, agencia de emprego e abandona banco de alimentos, Caps, Creads e centro social. Por mais impostos que os súditos paguem não são capazes de saciar a fome de uma máquina governamental imensa a que o povo chama de saco sem fundo. Os súditos ficaram sem saber em quem acreditar. Se na palavra do rei anunciada com pompa, circunstância e clarins, ou nas notícias divulgadas. Como pode o reino viver as duas realidades ao mesmo tempo? Uma delas só pode ser fruto da fantasia. O reino se dividiu entre os que proclamavam a volta do crescimento, da bonança, dos bons tempos e os que insistiam em dizer que tudo está insustentável e o reino vive em uma crise sem precedentes. Depois de árduos debates nas praças, mercados, estrebarias, roças de cacau, pocilgas e estábulos, chegaram à conclusão que uns veem o copo meio cheio e outros meio vazio. Otimistas versos pessimistas. Diante da persistência do impasse apelaram para um Velho Bruxo. Depois de algum tempo de reflexão ele disse que havia uma terceira visão sobre o copo. A questão não era discutir a quantidade de líquido. Se ele estivesse cheio de um veneno mortal, mesmo tendo sido esvaziado na metade, a outro metade continuava perigosa. Beber o copo cheio ou apenas metade dele certamente provocariam o mesmo resultado. Ou o povo se rebela, ou terá que permanecer bebendo do veneno do rei, ou comendo o pão que Cuma amassou!

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