Nosso desejo, é que todos os dias sejam 100% de reconhecimento da importância da mulher como para o aperfeiçoamento do mundo! |
É fato: não estamos no Mês da
Mulher. Estamos só em mais um mês que deveria ser o das mulheres. Mais uma
chance perdida de mudarmos as coisas. Mais um mês de contradições, na qual uns
vão dizer “defendei vossas mulheres”, enquanto o vizinho do lado está levantando
a mão para a sua esposa ou a submetendo a agressões psicológicas por se achar
“dono dela”. O mês marcado por mortes de Marielles e permanência de impunidade
das mortes de tantas outras Raylucienes Castro e Clébias Lisboa. Além das
agressões físicas e das mortes, ainda temos uma forte cultura covarde e atroz
que desonra as nossas brasileiras, baianas e itabunenses: a cultura do abuso
sexual, do aliciamento e do estupro. Pior ainda é saber que, sim, estamos
cientes de que se trata de uma prática vil, abusiva e que ofende a todo e
qualquer princípio de liberdade e de dignidade humana. Mas, ainda assim,
continuamos a acobertá-la, tratando o estupro como uma atrocidade comum da
atualidade, punível com leis imprecisas e penas de pouco efeito inibitivo,
responsabilizando mais as mulheres pela forma com que se vestem do que os
monstros que cometem tal crime. Passamos do tempo de dizer que muitos cometiam
estupros porque não entendiam ao certo o que estavam fazendo, como se fosse um
lampejo de fraqueza perante a um instinto natural de momento. Essa lorota é
velha. O estuprador tem plena consciência, sim, do que está fazendo. No pé que
estamos, talvez nem um ano inteiro em prol da mulher mude as coisas. Se queremos
ser um país melhor, uma Itabuna melhor, focado na vontade de crescer,
precisamos superar essa cultura da violência contra a mulher, essa cultura dos
homicídios das Raylucienes e das Clébias. Esse tem que ser um compromisso geral
e cotidiano. A maioria da nossa população é composta de mulheres, e precisa ser
respeitada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.