Não há como ressocializar pessoas presas como animais! |
O Presídio
de Itabuna está com quase 300% acima
da capacidade. São 1.350 presos para uma capacidade total de 480 pessoas. Esse
cenário está diretamente ligado a episódios de violência e à formação e ao
fortalecimento das facções, que se tornaram relevantes nos últimos anos por
falta de investimentos em educação, saúde, geração de empregos e segurança.
Além disso, como não é feita a ressocialização dos detentos, o índice de
retorno às prisões é alto. O presídio de Itabuna se consolidou na maior
cidade sulbaiana, como o principal remédio para tentar controlar o crime na
cidade, que é uma das mais violentas do país. Nosso município é um dos que mais
prendem pessoas na Bahia. Entretanto, as constantes prisões parecem ter
revelado que as doses excessivas dessa solução podiam produzir efeitos
colaterais indesejados e de grande dimensão. Para especialistas, a
solução desse problema estaria na combinação de penas alternativas e mais
curtas, dependendo do crime cometido e julgamentos mais rápidos. Ou seja, a
prisão seria destinada àquelas pessoas que representam de fato uma ameaça à
sociedade. Do jeito que está, o sistema penitenciário funciona como um depósito
de gente e uma escola de crimes, e não promove a reinserção social, que é seu
objetivo. Em outubro do ano passado, o Senado Federal aprovou a
reforma da Lei de Execução Penal (LEP), responsável por disciplinar o
funcionamento do sistema prisional. A reforma busca retomar a função de
reinserção social da prisão, em oposição ao caráter punitivo da execução penal.
Na prática, isso significa reduzir as hipóteses de encarceramento e o tempo que
as pessoas passam nos regimes mais rigorosos. Itabuna inteira sabe,
que sistema carcerário na cidade há muito se transformou num barril de pólvora.
A cada rebelião, tomam-se algumas medidas de emergência, mas depois tudo
continua como antes até novo conflito. Enquanto o governo do Estado não
enfrentar a questão de modo mais efetivo, a barbárie prosseguirá, com os Raios
A, B e DMP obtendo comando de dentro do presídio, para promoção da matança
contínua e desenfreada em Itabuna.
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