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27 de fevereiro de 2018

NÃO SE PODE TRATAR O TOXICÔMANO COMO LIXO

Deve-se haver um equilíbrio, se a vida já é uma droga não use drogas
É devastadora a ação do crack sobre o indivíduo. Muito pouco resta de uma pessoa que trilha o tenebroso caminho do consumo de crack. Em realidade, conseguir reabilitar e reinserir os dependentes químicos à sociedade talvez seja a tarefa mais difícil na guerra contra as drogas, pois a solução de vícios está longe de ser simples. Demanda tratamentos longos e elaborados, e exige a participação de equipes especializadas de profissionais, portanto são terapias também muito onerosas tanto para o Estado como para as famílias dos viciados. Portanto, vencer as drogas é muito mais uma questão de políticas públicas efetivas de continuidade no longo prazo do que um caso de polícia. A imagem de um usuário de crack é verdadeiramente deprimente. No bojo da discussão sobre as drogas tornou-se, inclusive, comum associá-los a zumbis, uma representação extremamente inapropriada. É preciso rejeitar alegorias cruéis como essa para evitar uma desumanização ainda maior do usuário. Essas pessoas ainda estão vivas e não se pode ignorar que sob as camadas de trapos imundos e com o rosto encoberto pelo capuz, há um ser humano com uma história de vida. Possivelmente, há familiares que estão em busca daquele drogado que perambula anônimo pelas aglomerações de consumidores de drogas. Por mais deplorável que seja a condição do dependente químico, equipará-lo aos monturos que se acumulam nas cracolândias é ultrajante. Não se pode admitir que o ser humano seja tratado como lixo e enquanto há vida, haverá esperança.

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