Presídios no Brasil só vão melhorar quando os políticos condenados cumprirem penas em celas comuns |
Exatamente como aconteceu em janeiro de
2017, o ano de 2018 começou com rebeliões e mortes em presídios brasileiros.
Desta vez foi no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO). O primeiro
motim, que abriu o ano de violência nas penitenciárias, ocorreu exatamente no
dia 1º, quando nove presos foram assassinados, sendo dois deles degolados e
todos carbonizados, e 14 ficaram feridos durante um confronto entre detentos do
regime semiaberto no complexo. Na noite do dia 4, novamente os presos do prédio
do Complexo Agroindustrial do Regime Semiaberto fizeram outro motim que,
felizmente não teve mortos ou feridos, segundo a polícia, que disse ter
controlado a situação. Menos de 24 horas depois, no dia 5, foi a vez da
terceira rebelião na unidade de regime fechado daquele complexo penitenciário. Foram
três rebeliões em menos de uma semana. Ou seja, 365 dias se passaram e nada
mudou no sistema prisional brasileiro. E nem vai mudar, apesar dos esforços de
alguns. A expansão das facções criminosas dentro dos presídios de estados onde
historicamente não exerciam muita influência é um fato concreto e um dos
motivos para o aumento da violência a partir do acirramento de disputas de
espaço e poder dentro das unidades prisionais que, consequentemente, se estende
para fora delas. A julgar pela forma como as coisas são tratadas, em relação as
políticas públicas relacionadas ao sistema carcerário, dificilmente, vamos
conseguir resultados efetivos e mais duradouros, para as soluções que a questão
requer. A crise nos presídios é só um das facetas da violência no Brasil, cujas
raízes são profundas e dispersas, alimentadas sobretudo por questões sociais.
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