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10 de janeiro de 2018

UM BARRIL DE PÓLVORA PRESTE A EXPLODIR

Presídios no Brasil só vão melhorar quando os políticos
condenados cumprirem penas em celas comuns
Exatamente como aconteceu em janeiro de 2017, o ano de 2018 começou com rebeliões e mortes em presídios brasileiros. Desta vez foi no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO). O primeiro motim, que abriu o ano de violência nas penitenciárias, ocorreu exatamente no dia 1º, quando nove presos foram assassinados, sendo dois deles degolados e todos carbonizados, e 14 ficaram feridos durante um confronto entre detentos do regime semiaberto no complexo. Na noite do dia 4, novamente os presos do prédio do Complexo Agroindustrial do Regime Semiaberto fizeram outro motim que, felizmente não teve mortos ou feridos, segundo a polícia, que disse ter controlado a situação. Menos de 24 horas depois, no dia 5, foi a vez da terceira rebelião na unidade de regime fechado daquele complexo penitenciário. Foram três rebeliões em menos de uma semana. Ou seja, 365 dias se passaram e nada mudou no sistema prisional brasileiro. E nem vai mudar, apesar dos esforços de alguns. A expansão das facções criminosas dentro dos presídios de estados onde historicamente não exerciam muita influência é um fato concreto e um dos motivos para o aumento da violência a partir do acirramento de disputas de espaço e poder dentro das unidades prisionais que, consequentemente, se estende para fora delas. A julgar pela forma como as coisas são tratadas, em relação as políticas públicas relacionadas ao sistema carcerário, dificilmente, vamos conseguir resultados efetivos e mais duradouros, para as soluções que a questão requer. A crise nos presídios é só um das facetas da violência no Brasil, cujas raízes são profundas e dispersas, alimentadas sobretudo por questões sociais.

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