O puxasaquismo é o fundo do poço da alma de uma pessoa! |
Embora
existam exceções, o trabalho comissionado é quase sempre ocupado por quem não
consegue espaço no mercado de trabalho ou não evolui nele por falta de
profissionalismo e formação intelectual/técnica. Ou seja, não conseguindo
espaço no mercado de trabalho tornar-se cabo eleitoral para arrumar um emprego
com um salário que suas qualidades profissionais/intelectuais não lhes
proporcionam no mercado privado. Por isso é comum tanta gente desqualificada
ocupando tal cargo. Diferente disso, há quem se profissionalize e não dependa
de puxar saco de políticos, antes sendo aptos a conquistarem espaço no mercado
de trabalho, seja no setor privado, seja no público por meio de concurso. Você
que é comissionado e não puxa-saco de políticos, parabéns, você deve ser bom no
que faz para estar no cargo! Você é um caso quase raro! Você comissionado que
vive de “puxa-saco” dos políticos, lamento por sua condição. Saiba que quando a
“boquinha” acabar (é, um dia ela acaba) será mais um sem espaço no mercado de
trabalho. Terá que aguardar mais 4 anos para “investir” em sua “carreira” sobre
um palanque. Que tal investir 4 anos em um curso de graduação e mudar, de fato
e honestamente, os rumos de sua vida? O cargo comissionado é um dos maiores
problemas na gestão pública, pois abre espaço para a troca de voto, para o
conhecido “voto cabresto”. Os políticos ávidos por votos acabam gastando grande
parte dos recursos públicos na criação de “boquinhas”, como acontece em Itabuna,
aonde até secretárias são criadas, para oferecer cargos com bons salários, para
quem ajudou o prefeito a ser eleito. Outro problema dos cargos comissionado
está no fato de prejudicarem os ganhos salariais, assim como as reposições
destes para os profissionais efetivos, os quais estão ali independente de politicagem,
antes foram aprovados em concurso. fato que também acorre em Itabuna. Por conta
de gastos com comissionados, que elevam a folha de pagamento acima do permitido
pela Lei de Responsabilidade Fiscal, os efetivos ficam sem reajustes salariais
e aumentos. Sem contar que tais gastos impedem outras realizações, tais como
obras de infraestrutura urbana. O cargo comissionado amputa a liberdade de
expressão do “empregado”. Este não pode expor o que de fato pensa, antes deve
tecer (à todo tempo) elogios ao seu empregador que lhe deu a vaga. Cada uma das
vagas comissionadas, exceto algumas poucas, tais como a de Secretários
Municipais, podem ser preenchidas por meio de concurso público. Mas por que
isso não acontece? Justamente para ter “cabos eleitorais” empregados. Daqueles
que são persuadidos a ficarem na internet, por exemplo, defendendo o gestor
público, mesmo que este seja tão ruim quanto é nosso prefeito. Isso também é a
realidade de Itabuna. A “reserva” de vagas destinadas para cargos comissionados
é uma forma clara de “loteamento” dos cargos públicos, onde o político usa-os,
quase sempre, ao seu favor e não pelo bem da sociedade em geral. Dito isto,
defendo a prática de concurso público. Quem é contra o concurso público quase
sempre o é por se vê incapaz de conquistar a vaga por mérito
profissional/intelectual. O concurso público rompe com o cabresto, dá autonomia
ao profissional. O mesmo torna-se servidor do governo e não do governante. O
concurso público propicia uma seleção baseada na capacidade do profissional e
não na forma como usa o seu título de eleitor (ainda que haja efetivos ruins). O
Estado, em suas três esferas (municipal, estadual e federal) não pode continuar
sendo um “cabide de emprego”. Você não pode vir nessa dependência. Acredite em
você, invista em sua carreira profissional e não na carreira política de seu
empregador. Lembre-se, você sendo um “equilibrista” no cabide de emprego da
prefeitura, por exemplo, não terá a liberdade de lutar por melhores condições
de vida. Nesse cenário, seu filho amanhã terá herdado essa mesma realidade e
lhe restará subir em palanques e viver como “equilibrista” nesse cabide.
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