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19 de janeiro de 2018

CRIMES IMPUNES NA ESPREITA DOS ATIVISTAS SOCIAIS

O Brasil é um dos países onde mais
matam ativistas gays no mundo!
O Brasil é um dos países com o maior registro de mortes de ativistas dos direitos humanos. Assisti ontem, num programa de Tv, que até agosto deste ano, 58 defensores dos direitos humanos foram mortos. Em todo o ano de 2016, foram 66 mortes. A maioria dos casos registrados entre janeiro e agosto de 2017 envolve indígenas, trabalhadores rurais e pessoas envolvidas com disputas de terra, território e luta pelo meio ambiente. Estes números colocam o Brasil como um dos mais perigosos do mundo para defensores e defensoras de direitos humanos. Quem defende o meio ambiente contra o desmatamento ilegal e quem reivindica acesso à terra para comunidades sem terra enfrenta os poderosos interesses daqueles que exploram os recursos naturais e se opõem à reforma agrária. O mais grave é que não há perspectiva de que a situação venha a melhorar em médio ou longo prazos. As principais vítimas são defensores dos direitos das mulheres, trabalhadores do sexo, do público LGBT, povos indígenas, comunidades dominadas pelo crime organizado. Há também agressões a jornalistas, profissionais da lei, ambientalistas e sindicalistas. A impunidade e a falta de investigações e de responsabilizações contra aqueles que praticam os crimes são como um recado de que os defensores de DH podem ser atacados sem quaisquer consequências. As mortes poderiam ser evitadas caso fossem adotadas medidas visando priorizar o reconhecimento e a proteção dos defensores. O Brasil é signatário de boa parte dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos. Como em outros casos, a intenção fica apenas no papel. Enquanto esses compromissos não se traduzirem em políticas concretas, continuaremos sempre como maus exemplos para o resto do mundo.

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